Com a barba por fazer e dura como pregos, essa tribo multiétnica começa a batalha seminua e desorganizada, mas logo se transforma em uma força de combate suprema. Nascido na Trácia (atual Leste Europeu) por volta de 109 a.C., pouco se sabe sobre os primeiros anos de vida de Espártaco, que viria a liderar uma revolta de escravos que abalou a República Romana no seu âmago.
Fontes dizem que, enquanto servia como auxiliar do exército romano, ele desertou, foi capturado e então escravizado. Por causa de sua enorme força física, foi escolhido para se tornar um gladiador e transferido a um campo de treinamento de elite em Cápua, na Itália. As condições para os gladiadores nunca foram boas, mas Cápua era particularmente inóspita. Os que sobreviviam à arena eram atormentados e maltratados pelos guardas. Espártaco conspirou uma fuga ao lado de 70 de seus companheiros gladiadores – incluindo Criso da Gália.
A princípio, a República tratou a fuga como uma questão policial menor. O cônsul romano, Caio Cláudio Glabro, enviou às pressas uma tropa para lidar com eles, armando-lhes uma cilada no Monte Vesúvio. Mas os romanos estavam excessivamente confiantes, sem ter conhecimento do gênio tático de Espártaco. Ao descer do Vesúvio em cordas de videira, os rebeldes conseguiram emboscar e destruir o acampamento romano.
Escravos advindos dos campos circundantes abandonaram suas fazendas para se unirem a Espártaco, e o exército cresceu de forma espetacular. Eles atropelaram uma legião romana e seguiram ao norte, em direção aos Alpes – o caminho de casa para muitos dos escravos –, invadindo e saqueando vilarejos no itinerário. É provável que o exército final de Espártaco tenha acumulado um total de 40 mil homens.
Espártaco agora, encontrava o exército romano de Cisalpina, que protegia a passagem para a Gália. Tendo-o derrotado definitivamente, a saída para a Itália estava aberta, mas, em vez de continuarem, Espártaco e seu exército recuaram. Aqueles que haviam sido forçados a matar por diversão tinham agora intenção de vingança.
Depois diso, a República Romana passou a temer seriamente o efeito desestabilizador da insurreição crescente dos escravos e começou a reagir com força total. Oito legiões (com mais de 32 mil homens) foram reunidas sob o comando de Marco Licínio Crasso. Dois grandes generais, Pompeu e Lúculo, foram chamados de volta de províncias longínquas para apoiar Crasso. Espártaco e seu exército amador enfrentavam agora três exércitos romanos altamente treinados e disciplinados. Desesperado, ele arriscou um confronto decisivo com Crasso.
A maioria dos rebeldes morreu na batalha, mas os 6 mil sobreviventes tiveram um destino pior. Eles foram crucificados por toda a Via Ápia, até Roma, em um aviso assustador para qualquer um que ousasse desafiar o poder de Roma.
Espártaco foi ferido em batalha, mas seu corpo nunca foi achado. Ele tinha 38 anos de idade.