Alguns dos prédios mais impressionantes de Brasília não existiriam sem a dedicação dos engenheiros que compraram os desafios propostos por Oscar Niemeyer. Um dos mais importantes foi o pernambucano Joaquim Cardozo. Nascido em 26 de agosto de 1897, no Recife, além de engenheiro, foi poeta, desenhista e editor de revistas especializadas em arte e arquitetura. Seus cálculos ajudaram a erguer a Catedral Metropolitana, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Para especialistas, a parceria de Cardozo com Niemeyer foi um encontro que não poderia ter dado mais certo.
Joaquim Cardozo começou a estudar engenharia em 1915, após abandonar o curso secundário no Ginásio Pernambucano. Formou-se quinze anos depois, por causa da morte do pai e das dificuldades econômicas que o levaram a trabalhar como topógrafo. Nesse período também prestou serviço militar. A primeira obra em que o pernambucano e Niemeyer atuaram juntos foi a Igrejinha da Pampulha, às margens da lagoa que leva o mesmo nome, em Belo Horizonte.
Em 1971 ele ficou profundamente abalado com a tragédia do desabamento do Pavilhão da Gameleira, que causou a morte de 68 operários em Belo Horizonte. A obra do governo estadual, havia sido projetada por Niemeyer e calculada no seu escritório. Depois disso, Cardozo encerrou sua atividade como calculista. Ele foi inicialmente condenado pelo acidente, em março de 1974, a dois anos e dez meses de prisão. Foi posteriormente absolvido pelo Tribunal da Alçada de Minas Gerais. Morreu em 4 de novembro de 1978