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Cientistas dos EUA criam "sol em miniatura" usando ondas sonoras

Experimento ajudará a entender as explosões solares, fenômeno que pode afetar as telecomunicações e viagens espaciais
Por History Channel Brasil em 03 de Fevereiro de 2023 às 12:28 HS
Cientistas dos EUA criam "sol em miniatura" usando ondas sonoras-0

Explosões solares podem causar estragos em voos espaciais, telecomunicações e satélites orbitando a Terra. O problema é que esse fenômeno é muito difícil de estudar na Terra devido à diferença de gravidade. Para contornar a situação, pesquisadores criaram uma espécie de sol em miniatura para investigar essas ocorrências. 

Campo gravitacional esférico

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, e publicado na revista Physical Review Letters. Nele, os cientistas reproduziram o tipo de gravidade que existe nas estrelas e outros planetas dentro de uma esfera de vidro de 3 centímetros de diâmetro. Para isso, eles usaram ondas sonoras para criar um campo gravitacional esférico.

Campo gravitacional esférico
Imagem: John Koulakis/UCLA/Divulgação

O campo gravitacional foi capaz de criar convecção de plasma, processo no qual o gás esfria quando se aproxima da superfície de um corpo e depois reaquece e sobe novamente quando se aproxima do núcleo. Em seguida, os cientistas usaram micro-ondas para aquecer o gás sulfúrico a 2.760°C dentro da esfera de vidro. Assim, eles produziram ondas sonoras que agiram como uma atração gravitacional extremamente forte, gerando correntes no gás quente e fracamente ionizado (ou plasma).

“Com o uso de som gerado por micro-ondas em um frasco esférico de plasma quente, conseguimos um campo de gravidade mil vezes mais forte que a gravidade da Terra", disse John Koulakis, um dos autores do estudo. Esse tipo de abordagem pode ajudar os cientistas a superar o papel limitante da gravidade em experimentos que têm o objetivo de modelar a convecção (transferência de calor) que ocorre em estrelas e outros planetas. "Não precisamos mais ir ao espaço para fazer esses experimentos”, completou Seth Putterman, coautor da pesquisa. 

Fontes
Live Science, Science Alert e UCLA
Imagens
iStock