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Desvendado o mistério de "pequenos pontos vermelhos" encontrados no espaço

Segundo a NASA, o fenômeno revela indícios de buracos negros em crescimento no início do universo
Por History Channel Brasil em 25 de Janeiro de 2025 às 12:49 HS
Desvendado o mistério de "pequenos pontos vermelhos" encontrados no espaço-0

Em dezembro de 2022, o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, identificou uma nova classe de objetos celestes: pequenos pontos vermelhos (em inglês, Little Red Dots ou LRDs). Esses objetos, visualizados no céu como pontos pequenos e de coloração intensa, intrigam os astrônomos devido à sua abundância e às pistas que fornecem sobre o universo primitivo. Agora, pesquisadores desvendaram o mistério por trás do fenômeno. 

Buracos negros supermassivos

O novo estudo, apresentado na Sociedade Astronômica Americana, analisou uma das maiores amostras de LRDs já registradas, mostrando que quase todos existiram nos primeiros 1,5 bilhões de anos após o Big Bang. A equipe identificou sinais de buracos negros supermassivos em crescimento em muitos desses objetos. "Estamos perplexos com essa nova população de objetos que o Webb encontrou", disse Dale Kocevski, autor principal do estudo.

Pequenos pontos vermelhos registrados pelo Telescópio James Webb
Pequenos pontos vermelhos registrados pelo Telescópio James Webb (Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, Dale Kocevski (Colby College)/Divulgação)

Os cientistas utilizaram dados públicos do James Webb para compilar uma amostra ampla. Eles descobriram que os LRDs surgem em grande número cerca de 600 milhões de anos após o Big Bang e diminuem drasticamente após 1,5 bilhão de anos. Cerca de 70% dos objetos estudados apresentaram evidências de discos de acreção ao redor de buracos negros supermassivos.

Os resultados colocam em dúvida teorias anteriores que sugeriam que os LRDs eram grandes galáxias formadas por estrelas. Ao demonstrar que a maior parte da luz desses objetos vem de buracos negros em crescimento, os pesquisadores descartaram a ideia de que esses objetos contradizem os modelos cosmológicos. "É assim que você resolve o problema de 'quebrar' o universo", explicou Anthony Taylor, coautor do estudo.

Ainda há muitas questões abertas sobre os LRDs. Por exemplo, a baixa emissão de raios-X nesses objetos sugere que eles podem estar rodeados por densas nuvens de gás, dificultando sua detecção. Novas observações e espectros mais detalhados serão cruciais para decifrar esse mistério. "Sempre há dois ou mais caminhos para explicar as propriedades intrigantes dos pequenos pontos vermelhos", concluiu Kocevski.

Fontes
NASA
Imagens
istock