O estranho caso das múmias “Frankenstein” descobertas na Escócia
Em 2001, uma equipe de arqueólogos trabalhando em Cladh Hallan, um assentamento escocês da Idade do Bronze, encontrou duas múmias de três mil anos. Quando foram analisá-las, os pesquisadores tiveram uma grande surpresa. Isso porque eles constataram que elas são "múmias Frankenstein", ou seja, constituídas pelos restos mortais de até seis pessoas intencionalmente fundidas.
Partes diferentes
As suspeitas começaram ao estudar os dois corpos. As análises apontaram que o torso, crânio e pescoço e mandíbula inferior do esqueleto masculino pertencem a três homens diferentes. Além disso, testes de DNA indicaram que o outro esqueleto também é um composto. Ele é formado por um crânio masculino, um torso feminino e o braço de uma terceira pessoa, cujo gênero não foi determinado.
1. Cladh Hallan is a Bronze Age settlement in the Outer Hebrides, Scotland.
— Do the Damn Research! (@DamnResearch) November 21, 2019
2 human skeletons discovered here, buried under the floor of a roundhouse, were revealed to be composites made from the body parts of 6 individuals! They've been dubbed: "The Frankenstein Mummies". pic.twitter.com/UWGnsMZSOd
O primeiro compósito foi aparentemente montado entre 1260 a.C. e 1440 a.C., enquanto o segundo foi montado entre 1130 a.C. e 1310 a.C. A datação por carbono indica que o crânio da múmia feminina é provavelmente 50 a 200 anos mais velho que o torso.
Os especialistas não sabem ao certo por que essa prática ocorreu, mas acreditam que essas múmias "Frankenstein" podem ter funcionado como um documento legal, já que os direitos à terra nessa época provavelmente dependiam de reivindicações ancestrais. Assim, a fusão de diferentes partes do corpo ancestral em uma única pessoa pode ter representado a união de diferentes famílias e suas linhas de descendência.