Triângulos rosa: como os nazistas identificavam e humilhavam prisioneiros homossexuais
Na Alemanha nazista, um triângulo rosa apontando para baixo era costurado nas camisas de determinados prisioneiros em campos de concentração. O objetivo da peça era um só: identificar e desumanizar os homossexuais. A perseguição a esse grupo resultou em milhares de homens gays presos e mortos.
100 mil homens gays presos
A homossexualidade tornou-se tecnicamente ilegal na Alemanha em 1871. Conhecida como "Parágrafo 175", a lei que proibia a prática passou a ser aplicada de forma mais intensa durante a época em que os nazistas governavam a Alemanha. Como parte de sua missão de “purificar” o país racial e culturalmente, o Terceiro Reich prendeu milhares de indivíduos LGBT, principalmente homens gays, considerados "degenerados".
Em 1935, o Terceiro Reich estendeu o conceito de "atividades criminalmente indecentes entre homens" e passou a prender suspeitos mesmo sem evidências. Com isso, os homossexuais foram incluídos entre as primeiras pessoas enviadas para os campos de concentração pelos nazistas. Nesses locais, além de serem submetidos a trabalhos forçados, esses prisioneiros eram ridicularizados.
Assim como os judeus eram obrigados a se identificar com estrelas amarelas, os gays nos campos de concentração tinham que usar os triângulos rosa como forma de humilhação. Outros grupos também eram submetidos a tratamento semelhante: triângulos marrons eram usados para pessoas ciganas, vermelhos para presos políticos, verdes para criminosos, azuis para imigrantes, roxos para Testemunhas de Jeová e pretos para pessoas "antissociais", incluindo prostitutas e mulheres homossexuais.
O Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos estima que 100 mil homens gays foram presos e entre 5 mil e 15 mil foram colocados em campos de concentração (onde cerca de 65% deles morreram entre 1933 e 1945). Mesmo após a Segunda Guerra Mundial, tanto a Alemanha Oriental quanto a Ocidental mantiveram a lei contra a homossexualidade e muitos gays permaneceram encarcerados até o início dos anos 1970. A lei só foi oficialmente revogada em 1994.