Último combatente de tropa que libertou Paris dos nazistas morre de coronavírus
No fim de agosto de 1944, Paris foi libertada do domínio dos nazistas, que administraram a capital francesa por quatro anos. Entre os participantes da liberação, estava um grupo chamado La Nueve, formado por soldados espanhóis. Agora, Rafael Gómez Nieto, o último sobrevivente dessa tropa, morreu de coronavírus, aos 99 anos.
Nascido na região da Andaluzia, a vida de soldado estava no sangue de Nieto: ele era filho de um membro da guarda do rei Alfonso XIII. Após ter lutado na guerra civil espanhola contra o ditador Francisco Franco, ele foi até o norte da África e se juntou aos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Nieto se alistou na 9ª Companhia de Regimento de Marcha do Chade, que fazia parte da 2ª Divisão Blindada da França Livre.
Apesar de servir aos franceses, a tropa da 9ª Companhia era formada quase inteiramente por espanhóis, por isso ficou conhecida como La Nueve. Liderado pelo tenente espanhol Amado Granell, o grupo foi o primeiro a entrar em Paris em 24 de agosto de 1944 para libertar a cidade dos nazistas. Enquanto esperavam a rendição oficial dos alemães, os soldados foram enviados para ocupar prédios públicos que haviam sido tomados pelas forças de Adolf Hitler.
O papel desses soldados espanhóis acabou sendo rapidamente esquecido ou omitido por razões políticas. No entanto, nos últimos anos, sua importância na libertação da França tem sido redescoberta. Gómez Nieto chegou a ser homenageado, recebendo a Grande Medalha da Legião de Honra do país. O veterano morava na cidade francesa de Lingolsheim.
Fontes: The Guardian e RFI
Imagens: Diario de Madrid, via Wikimedia Commons (CC BY 4.0) e CMAG98/Taller, via Wikimedia Commons