Misteriosa joia de Tutancâmon pode ter origem espacial
Quando a tumba de Tutancâmon foi aberta, em 1922, ela guardava uma série de tesouros. Além da múmia e do sarcófago do faraó-menino, no local também foram encontrados estátuas de marfim, joias e até uma carruagem dourada. Uma das peças mais intrigantes era um adorno peitoral decorado com ouro, prata e uma estranha pedra preciosa que pode ter origem espacial.
Vídeo relacionado:
O adorno traz a representação do deus Rá como um escaravelho alado cujo corpo é formado pela joia translúcida amarelada. A princípio, o arqueólogo Howard Carter, que descobriu a tumba, acreditava que a pedra fosse calcedônia, uma variedade comum de quartzo. Anos mais tarde, foi descoberto que o material tratava-se de Vidro do Deserto da Líbia.
A origem do Vidro do Deserto da Líbia (também conhecido como LDG, abreviação de Libyan Desert Glass) remonta a 26 milhões de anos. Uma das hipóteses é que a substância tenha sido formada pelo impacto de um meteorito ou cometa que teria caído no deserto entre o Egito e a Líbia. Esse mineral é um dos mais raros do planeta, sendo encontrado apenas naquela região.
O LDG apresenta elementos de uma estranha combinação entre ferro, níquel, cobalto, cromo e irídio. Vidros naturais se formam quando pedras ricas em quartzo derretem e esfriam rapidamente. Como não há evidências da queda de corpos celestes no deserto líbio, cientistas acreditam que um cometa formado majoritariamente por gelo tenha explodido sobre o local sem atingir o solo (por isso não formou-se nenhuma cratera). O calor produzido pela explosão teria sido suficiente para transformar a areia em Vidro do Deserto da Líbia
Também não se sabe ao certo como o adorno decorado com a pedra amarelada foi parar entre os tesouros de Tutancâmon. Até hoje essa é a única peça produzida com o material já encontrada entre as relíquias do Antigo Egito. Especula-se que a joia tenha sido oferecida como presente ao faraó.
Fonte: Forbes
Imagem: Jon Bodsworth, via Wikimedia Commons