No dia 14 de agosto de 1917, quando a Primeira Guerra Mundial chegava ao seu quarto ano, a China abandonou a neutralidade e declarou guerra à Alemanha. O principal objetivo chinês era ganhar um lugar na mesa de negociação pós-guerra. A China também tentava recuperar o controle sobre uma área vital, a península de Shantung, além de reafirmar sua força diante do Japão, seu rival pelo controle da região.
Na Conferência de Paz de Versalhes, após o armistício, Japão e China lutaram amargamente para convencer o Conselho Supremo das Forças Aliadas - dominado pelos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha - sobre os respectivos direitos em relação à Península de Shantung. Uma pechincha acabou favorecendo o Japão, que desistiu de sua demanda por uma cláusula de igualdade racial no Tratado em troca de controle sobre consideráveis posses econômicas na Alemanha em Shantung, incluindo ferrovias, minas e o porto de Tsingtao.
Apesar de o Japão ter prometido devolver o controle de Shantung para a China, o que só aconteceu em fevereiro de 1922, os chineses ficaram profundamente indignados com a decisão dos Aliados em favorecer o Japão em Versalhes. Uma grande manifestação foi realizada na Praça da Paz Celestial no dia 4 de maio de 1919, com protestos contra o tratado de paz, que os delegados chineses se recusaram a assinar em Versalhes.
Um ano após o acerto da conferência de paz, nacionalistas chineses radicais formaram o Partido Comunista que, sob a liderança de Mao Tse-tung e Chou En-lai, assim, como muitos outros ex-líderes das manifestações contrárias ao Tratado de Versalhes, iria conquistar o poder na China em 1949.
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