No dia 14 de maio de 2005, chegava às bancas a edição da revista Veja que trazia o embrião do escândalo que ficaria conhecido como “mensalão”. O fato abalaria profundamente o primeiro governo do presidente Lula. A revista divulgou uma gravação de vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratação dos Correios (DECAM/ECT), Maurício Marinho, ligado ao PTB, pedia e recebia vantagem indevida para, de maneira ilícita, beneficiar um empresário. Era somente o início de uma crise na qual ainda seriam divulgadas uma série de denúncias, em que estavam envolvidas figuras do primeiro escalão do governo.
Semanas depois, em entrevista à Folha de S.Paulo, o deputado Roberto Jefferson (PTB) acusou o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu (PT), de ser o mentor de um esquema de pagamento de propinas para deputados da base aliada. Dirceu foi afastado do cargo. De acordo com Jefferson, o PT havia prometido pagamentos mensais de R$ 30 mil a cada deputado federal do PTB, PP e PL em troca do apoio ao Executivo. O não cumprimento da promessa teria provocado o rompimento entre PT e PTB, que levou a várias denúncias de corrupção a partir de maio de 2005. O esquema de corrupção, batizado por Jefferson de "mensalão", envolvia uma grande e variada quantidade de pessoas, entre elas vários membros do PT, da base aliada, publicitários, doleiros e empresários.