No dia 22 de maio de 1906, os irmãos Orville e Wilbur Wright patentearam nos Estados Unidos um aeroplano mais pesado do que o ar, capaz de executar um voo prolongado e repetido. Por conta disso, eles ficaram conhecidos como os pioneiros da história da aviação, título que gera muitas controvérsias. Isso porque eles teriam sido os primeiros a fazer um avião voar, em 17 de dezembro de 1903. Mas o feito teve a presença de poucas testemunhas, como o presidente do banco da cidade e alguns funcionários públicos. Enquanto isso, o brasileiro Santos Dumont foi o primeiro a voar um circuito pré-estabelecido sob a supervisão oficial de especialistas, jornalistas e cidadãos de Paris, em 1906.
Os Irmãos Wright deram entrada na patente ainda antes de seu primeiro voo experimental. O requerimento, que incluia diagramas da invenção, foi enviado em 23 de março de 1903. No texto, eles afirmavam ser "os inventores originais da máquina de voo".
O modelo patenteado pelos Irmãos Wright foi pilotado por importantes figuras, como o conde português Charles De Lambert. Em 1908, na França, os próprios inventores ensinaram Lambert a pilotar a aeronave. No ano seguinte, Lambert sobrevoou Paris, dando a volta na Torre Eiffel.
A contribuição mais importante dos irmãos para a aviação foi a invenção do controle em três eixos, que permitiu ao piloto controlar a aeronave de forma efetiva e manter o seu equilíbrio. Na época, os projetos dos aviões não levavam em conta a necessidade de inclinar as asas para mudar a direção da aeronave. Esse método se tornou e permanece sendo o padrão em aeronaves de asa fixa de qualquer tipo. O trabalho metódico e minucioso dos irmãos Wright constituiu as bases para o voo de equipamentos mais pesados do que o ar.
Imagem: John T. Daniels [Domínio público], via Wikimedia Commons