No dia 16 de agosto de 1992, milhares de manifestantes foram às ruas nas cidades brasileiras, com rostos pintados e vestidos de preto, para pedir a saída do poder do então presidente Fernando Collor, acusado de corrupção e que também adotou medidas econômicas que desagradam a população. O movimento ficou conhecido como "caras-pintadas". Em coro, os manifestantes cantavam "Fora Collor!!! Fora Collor!!!" ou "Ai, ai, ai, ai, se empurrar o Collor cai".
Collor foi o primeiro presidente eleito diretamente após o fim da ditadura militar. Um dos motes de sua campanha explorava sua fama de "Caçador de Marajás", apelido que ganhou após uma política de combate a funcionários públicos que recebiam salários altos e desproporcionais durante sua gestão como governador de Alagoas.
Uma de suas primeiras medidas econômicas foi a implementação do Plano Collor. O pacote incluía o confisco de poupanças, o que causou grande revolta. O confisco dos depósitos bancários superiores a Cr$ 50 mil por um prazo de dezoito meses visava reduzir a quantidade de moeda em circulação para combater a inflação.
Em meados de 1991, denúncias de irregularidades começaram a surgir na imprensa, envolvendo pessoas do círculo próximo de Fernando Collor. Em 29 de setembro, por 441 a 38 votos, a Câmara vota pelo impeachment do presidente, que é afastado do cargo. A presidência é assumida no dia 2 de outubro pelo então vice-presidente, Itamar Franco.
Em 29 de dezembro de 1992, Collor renunciou à presidência da República, horas antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade, tendo seus direitos políticos suspensos por oito anos. Em julgamento realizado um ano depois, o Supremo Tribunal Federal arquivou o processo contra Collor e Paulo César Farias, acusados do crime de corrupção passiva.
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