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Manuscritos do Mar Morto são disponibilizados ao público pela primeira vez

Por History Channel Brasil em 18 de Setembro de 2020 às 16:45 HS
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Em 22 de setembro de 1991, os Manuscritos do Mar Morto foram liberados ao público pela primeira vez. A quebra do sigilo foi uma iniciativa da Biblioteca Huntington, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A instituição disponibilizou para pesquisa cerca de três mil negativos fotográficos que consistiam na totalidade dos documentos.

Estudiosos saudaram a decisão, dizendo que ela encerraria um monopólio de pesquisa rigidamente controlado mantido por um círculo de editores desde a descoberta dos manuscritos, nos anos 1940. Um pesquisador disse que a disponibilização do material ao público era o equivalente acadêmico da queda do Muro de Berlim. Durante anos, os editores que atuavam como guardiães dos manuscritos foram acusados de reter os manuscritos, garantindo o seu acesso apenas a um pequeno grupo de pesquisadores.

Amir Drori, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel na época, protestou contra a decisão. "Facilitar o acesso aos registros violaria o contrato sob o qual os fragmentos de pergaminhos foram fotografados em 1980. As fotos foram entregues a várias instituições estrangeiras com o entendimento escrito de que não seria permitido usá-las sem nosso acordo. Isso é uma quebra de contrato e de ética. A publicação antecipada é antiética porque apenas os acadêmicos que se dedicaram anos para decifrar os fragmentos devem ser os primeiros a ter o direito de liberar o material”, disse ele, de acordo com o jornal Chicago Tribune.

A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto foi uma das mais importantes conquistas da arqueologia no século XX. Os fragmentos foram encontrados em 12 cavernas localizadas entre Israel e a Palestina entre 1947 e 1956. Os rolos consistem em cerca de 800 manuscritos escritos em hebraico e aramaico. A coleção de documentos inclui os textos bíblicos mais antigos conhecidos, datando de dois mil anos atrás.  


Imagem: Osama Shukir Muhammed Amin FRCP(Glasg), via Wikimedia Commons