No dia 18 de outubro de 1963 o primeiro felino foi enviado ao espaço. A gata, batizada de Félicette, fazia parte do programa espacial da França. O animalzinho pioneiro sobreviveu à missão, mas seu final não foi feliz.
A gatinha era chamada apenas de C 341 antes da missão, mas depois da fama ganhou o nome de Félicette, em alusão ao Gato Félix das histórias em quadrinhos e desenhos animados. Ela foi uma das 14 gatas treinadas pelos franceses para participar de voos espaciais. A felina teve eletrodos implantados em seu crânio para que suas atividades neurológicas fossem monitoradas durante a missão.
O programa espacial francês começou em 1961. Naquele ano, a França se tornou o terceiro país a lançar animais no espaço, ao colocar um rato chamado Hector em um foguete. Depois disso, os cientistas queriam usar mamíferos maiores. Eles acabaram escolhendo gatos, já que já tinham uma quantidade significativa de dados neurológicos sobre esses animais.
Em 1963, o Centro de Pesquisa Médica Aeronáutica (CERMA) comprou 14 gatas de um revendedor de animais para o teste. Todos os felinos escolhidos eram fêmeas devido ao seu comportamento mais calmo. Os gatos não tinham nome para reduzir a probabilidade de os cientistas se apegarem a eles. Alguns dos treinamentos espaciais dos gatos foram semelhantes aos treinamentos para humanos. Os animais treinaram por cerca de dois meses.
Na véspera do lançamento, seis gatas estavam entre as finalistas para a missão. Félicette foi escolhida por ser a mais dócil e por ter o peso adequado (2,5 kg). Em 18 de outubro de 1963, às 8h09, ela foi lançada ao espaço no foguete Véronique AG1, que partiu de um centro de lançamento francês na Argélia. A missão foi um voo sub-orbital, no qual a gatinha atingiu uma altitude de 157 quilômetros. Após 8 minutos, paraquedas foram acionados e ela começou sua jornada de volta para a Terra a bordo de uma cápsula. Toda a viagem durou 13 minutos e ela foi resgatada sã e salva. Mas ela foi sacrificada dois meses após o lançamento, para que os cientistas pudessem examinar seu cérebro.
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