Em um dia como hoje, no ano de 1994, morria no Rio de Janeiro, Roberto Burle Marx, artista plástico, reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho como arquiteto-paisagista. Nascido em São Paulo em 4 de agosto de 1909, ele morou boa parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde estão seus principais trabalhos, contudo suas criações podem ser encontradas em vários locais do mundo. Aos 19 anos, Burle Marx teve um problema nos olhos e a família se mudou para Alemanha em busca de tratamento. Permaneceram na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entrou em contato com as vanguardas artísticas. Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa mantendo vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado. Ele também visitou exposições que iriam lhe causar grande impacto como as de Picasso, Matisse, Paul Klee e Van Gogh. De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, seu vizinho e amigo Lúcio Costa o incentivou a entrar para a Escola Nacional de Belas Artes. Ali conviveu com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira como Oscar Niemeyer. Mais tarde ocupou o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, onde ainda lidava com um trabalho de inspiração levemente eclética, projetando mais de 10 praças. Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (a Praça do Internacional, conhecida também como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino, buscou livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade". Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental. Ele projetou o terraço-jardim para o Edifício Gustavo Capanema, considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. A partir daí, Burle Marx trabalhou com uma linha que o identificava com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo e o construtivismo.
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