Vincent Willem van Gogh, um dos mais influentes e renomados pintores da história da arte, morreu em 29 de julho de 1890, após atirar contra o próprio peito em Auvers-sur-Oise, na França. Figura destacada do pós-impressionismo, o artista é lembrado por sua profunda paixão pela pintura, personalidade atormentada e estilo único e inovador. Apesar de seu imenso talento, ele não fez sucesso em vida: sua obra só se popularizou de forma póstuma.
Vocação artística
Van Gogh nasceu em 30 de março de 1853, em Groot-Zundert, na Holanda, em uma família de classe média e teve uma infância conturbada. Desde jovem, mostrou interesse pelas artes, mas sua jornada como pintor começou mais tarde, quando decidiu seguir a vocação artística aos 27 anos de idade. Ele enfrentou dificuldades financeiras e emocionais ao longo de sua vida, o que muitas vezes refletiu-se em sua arte.
Nessa fase inicial, seu trabalho era caracterizado por uma paleta de cores mais escura e sombria, refletindo sua influência pelos artistas realistas da época. Porém, após uma mudança para Paris em 1886, seu estilo artístico sofreu uma transformação significativa. Foi lá que Van Gogh entrou em contato com o movimento impressionista, que o inspirou a adotar cores mais vibrantes e uma abordagem mais ousada em suas pinceladas. Ele começou a pintar paisagens, retratos e cenas urbanas com uma paleta de cores mais rica e técnicas que enfatizavam a luz e o movimento.
Contudo, a permanência de Van Gogh em Paris foi marcada por tensões com outros artistas e dificuldades financeiras, o que o levou a se isolar em Arles, no sul da França, em busca de inspiração e um ambiente mais tranquilo para trabalhar.
Um dos aspectos mais notáveis da carreira de Van Gogh foi sua amizade com seu irmão mais novo, Theo, um importante marchand de arte. Theo apoiou financeiramente e emocionalmente Vincent durante grande parte de sua vida. As cartas que eles trocaram são um tesouro histórico e fornecem uma visão fascinante da vida do artista, bem como de suas ideias e preocupações artísticas.
Orelha mutilada
O episódio em que Vincent van Gogh cortou a própria orelha é uma das histórias mais conhecidas e trágicas da vida do famoso artista. O incidente ocorreu na noite de 23 de dezembro de 1888, em Arles, sul da França, onde ele morava com o pintor Paul Gauguin, com quem mantinha uma relação tumultuada e muitas vezes conflituosa.
A tensão entre os dois artistas atingiu seu ápice na noite do incidente. Após uma acalorada discussão com Gauguin, Van Gogh ficou emocionalmente abalado e, em um momento de desespero, pegou uma lâmina de barbear e cortou sua orelha direita. Ele enfaixou o ferimento, enrolou a orelha em papel e entregou o pacote a uma mulher em um bordel que ele e Gauguin frequentavam. Van Gogh foi encontrado inconsciente na manhã seguinte por um policial e levado ao hospital
Infelizmente, a instabilidade emocional e a luta contra a doença mental continuaram a afetar a saúde de Van Gogh, e em maio de 1889, ele sofreu um colapso que o levou a ser internado em um hospital psiquiátrico em Saint-Rémy-de-Provence. Durante esse período, ainda assim, produziu algumas de suas pinturas mais expressivas. Tragicamente, com apenas 37 anos, Van Gogh morreu após atirar contra si mesmo.
Ao longo de sua carreira, Van Gogh produziu cerca de 900 pinturas e 1.200 desenhos. Algumas de suas obras mais conhecidas incluem "Noite Estrelada", "Os Girassóis", "Quarto em Arles" e "Girassóis". Apesar de ter tido pouco reconhecimento em vida, sua arte influenciou e inspirou inúmeras gerações de artistas e continua a ser celebrada até os dias atuais.