Em um dia como este, no ano de 1872, em uma época que as mulheres ainda não tinham o direito a voto, a ativista Susan Brownell Anthony decidiu votar nas eleições presidenciais nos Estados Unidos e, duas semanas mais tarde seria presa por isso. Ela votou com base da Décima Quarta Emenda: "Todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos e sujeitas à sua jurisdição são cidadãos dos Estados Unidos e do Estado onde residem. Nenhum Estado poderá fazer ou executar qualquer lei que restrinja os privilégios ou imunidades dos cidadãos dos Estados Unidos; nem qualquer Estado poderá privar qualquer pessoa da vida, liberdade ou propriedade sem o devido processo legal, nem negar a qualquer pessoa sob sua jurisdição a igual proteção das leis". Os privilégios da cidadania, que não continham nenhuma qualificação gênero, dava às mulheres o direito constitucional de votar em eleições federais.
Contudo, não foi isso que aconteceu com Susan, uma ativista pelos direitos civis das mulheres: ela foi presa ao tentar exercer o direito do voto. Mais tarde, foi levada a julgamento, no Condado de Ontário, e condenada ao pagar uma multa de US$ 100, livrando-se da cadeia. Susan não foi autorizada a testemunhar em seu favor. Mesmo sem permissão, ela começou a falar durante o julgamento e disse que "jamais pagará um dólar desta pena injusta". Ela nunca pagou a multa e o governo, numa situação embaraçosa, nunca tomou nenhuma ação de cobrança contra ela. Apesar de dedicar sua vida na luta pelos direitos das mulheres, Susan não chegou a testemunhar o dia em que o direito do voto feminino foi oficializado. Isso aconteceu apenas 14 anos depois de sua morte, no dia 26 de agosto de 1920, quando foi aprovada a Décima Nona Emenda, que contou, em parte, com um texto escrito por ela. Susan, mais tarde, foi homenageada em um selo comemorativo dos Correios dos EUA, em 1936, e deve seu rosto cunhado na moeda de um dólar (1979 a 1981, e depois em 1999).
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