Em 7 de fevereiro de 1497 foi acesa a "Fogueira das Vaidades" em Florença, na Itália. Naquele dia, o sacerdote dominicano Girolamo Savonarola e seus seguidores queimaram milhares de objetos associados à ostentação, à tentação e ao pecado. Obras de arte, livros, cosméticos, vestidos, espelhos, instrumentos musicais e muitos outros artefatos foram destruídos.
A queima foi vista como um ato religioso, com o objetivo de limpar a alma e rejeitar prazeres mundanos. A fogueira foi acesa no dia das festividades da Terça-Feira Gorda - celebração carnavalesca que ocorre no dia anterior à Quarta-feira de Cinzas.
Muitos tesouros culturais importantes foram incinerados naquele dia, incluindo cópias de livros considerados imorais, como obras de Boccaccio e manuscritos de canções seculares. Esculturas e pinturas antigas também foram queimadas: peças de artistas de renome como Fra Bartolomeo e Lorenzo di Credi acabaram virando cinzas. Acredita-se até que várias obras-primas de Sandro Botticelli - mais famoso por pintar o Nascimento de Vênus - foram queimadas pelo próprio artista, que era seguidor de Savonarola.
O pôlemico sacerdote era conhecido por seus sermões apocalípticos. Depois que a dinastia dos Médicis foi derrubada em 1494, ele se tornou um líder político e espiritual da cidade de Florença. A fogueira foi o ponto alto de sua carreira. No entanto, sua popularidade declinou em pouco tempo. No ano seguinte à queima ele foi excomungado e executado.
Imagem: Domínio Público