Em 7 de junho de 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas. O documento, celebrado entre os Reino de Portugal e Castela (a Espanha moderna), tratava da divisão das terras "descobertas e por descobrir" por ambas as nações fora da Europa. O objetivo era acabar com a disputa entre os dois países pela posse dos novos territórios.
O tratado levava esse nome porque foi assinado na cidade castelhana de Tordesilhas. O acordo surgiu após os portugueses contestarem as pretensões da Coroa de Castela, resultantes da viagem de Cristóvão Colombo. Um ano e meio antes, o navegador aportou no chamado Novo Mundo e reivindicou o continente para Isabel, a Católica (1474-1504), rainha de Castela.
Pelo acordo, foi definida uma linha imaginária de demarcação que passava a 370 léguas da ilha de Santo Antão, no arquipélago de Cabo Verde. Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, a Castela. Assim, o território português no Brasil começava próximo a onde hoje fica Belém (PA) e descia em linha reta até as proximidades de Laguna (SC).
Em 1534, o Império Português criou o sistema de capitanias hereditárias com o objetivo de colonizar e explorar as novas terras. Esses territórios iam do litoral até o limite estipulado pelo Tratado de Tordesilhas. Mas não demorou para que os portugueses começassem a invadir o território da Espanha. Os espanhóis precisavam tomar conta de uma área muito extensa e não foram capazes se defender das investidas portuguesas. Em 1750, o Tratado de Tordesilhas foi oficialmente descartado e atualizado para o Tratado de Madri.
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