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URSS e Afeganistão assinam "tratado de amizade" que, na verdade, levaria à guerra

Por History Channel Brasil em 07 de Outubro de 2019 às 12:52 HS
URSS e Afeganistão assinam "tratado de amizade" que, na verdade, levaria à guerra-0

Em um esforço de apoio ao regime pró-soviético e impopular no Afeganistão, a União Soviética assinou um " tratado de amizade" com o governo afegão para prestar assistência econômica e militar. O tratado, firmado em um dia como este, em 1978, apenas serviu para deixar os russos mais próximos do seu desastroso envolvimento na guerra civil afegã, entre o governo comunista apoiado pelos russos contra os rebeldes muçulmanos, os Mujahideen - que receberam apoio do Paquistão, Estados Unidos e Arábia Saudita. O conflito civil começou oficialmente em 1979.

A União Soviética sempre considerou a fronteira com o Afeganistão como de interesse de segurança nacional. Desde 1950, a URSS trabalhou para estabelecer relações com o seu vizinho próximo, fornecendo ajuda econômica e assistência militar. Na década de 1970, a diplomacia tomou um rumo dramático no Afeganistão e, em abril de 1978 , os membros do Partido Comunista do Afeganistão tiraram do poder e assassinaram o presidente Sardar Mohammed Daoud. Nur Mohammed Taraki, presidente do Partido Comunista, assumiu o país e vetou a existência de outros partidos. O regime era extremamente impopular entre muitos afegãos, e os soviéticos tentaram amenizar a situação com o tratado de dezembro de 1978, que estabelecia "amizade e cooperação" entre a União Soviética e Afeganistão por 20 anos.

O tratado, contudo, não ajudava muito o Afeganistão. Taraki foi derrubado e morto por membros do Partido Comunista do Afeganistão que estavam insatisfeitos com seu governo, em setembro de 1979. Em dezembro, as tropas soviéticas entraram no país e estabeleceram um regime favorável aos russos. Contudo, os soviéticos não conseguiram acabar com a interminável guerra civil, que custou enormes somas de dinheiro e armas. Mikhail Gorbachev deu início à retirada das tropas russas 10 anos mais tarde.


Imagem:  via Wikimedia Commons