No dia 27 de março de 1998, a FDA (Food and Drug Administration) aprovou o uso do Viagra, uma medicação de uso oral contra a impotência.
Sildenafil, o nome da substância ativa do Viagra, é uma mistura originalmente sintetizada e estudada para tratar hipertensão e angina pectoris (um tipo de doença cardiovascular). Químicos da empresa farmacêutica Pfizer descobriram, no entanto, que enquanto a droga fazia pouco efeito na angina, ela poderia induzir ereções no pênis, principalmente depois de 30 a 60 minutos de ingestão. Vendo uma oportunidade lucrativa nesse efeito bioquímico, a Pfizer decidiu comercializar o fármaco. O Sildenafil foi patenteado em 1996, e apenas 2 anos depois – um período de tempo impressionantemente curto em comparação a outros medicamentos – foi aprovado pela FDA para seu uso no tratamento de “disfunções eréteis”, o nome clínico para a impotência. Embora não seja confirmado, acredita-se que a droga tenha sido inventada por Peter Dunn e Alberto Wood.
O sucesso enorme do Viagra foi praticamente instantâneo. Somente no primeiro ano, as pílulas de 8 a 10 dólares acumularam em torno de 1 bilhão de dólares nas vendas. O impacto do Viagra nas indústrias médica e farmacêutica, assim como no consciente coletivo, foi enorme. Apesar de comercializado apenas com prescrição médica, o Viagra foi anunciado na TV, tendo sido famosamente recomendado pelo ex-candidato à presidência nos anos 70, Bob Dole. O marketing direto com o consumidor foi algo sem precedentes para drogas prescritas (atualmente, vendas e marketing somam aproximadamente 30% do orçamento das empresas farmacêuticas; e, em alguns casos, chegam a custar mais que a pesquisa e o desenvolvimento dos medicamentos). A droga também foi oferecida na internet – os usuários precisavam preencher uma “consulta online” para receber amostras.
Um número estimado de 30 milhões de homens nos EUA sofrem de disfunções eréteis, e uma onda de concorrentes do Viagra, entre eles o Cialis (tadalafil) e o Levitra (vardenafil) estouraram no mercado. Empresas farmacêuticas estão agora mirando em homens mais velhos, como Dole, mas também em um público na faixa dos 30 e 40 anos. Como ocorre com várias drogas, os efeitos em longo prazo do Viagra na saúde do homem ainda são incertos (o remédio traz um aviso para aqueles que sofrem de problemas no coração), mas sua popularidade não dá sinais de desgaste. Hoje, mais de 20 milhões de americanos já o experimentaram, e esse número só tende a crescer com o envelhecimento da geração do baby boom.
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