Nascida em Londres, na Inglaterra, em 14 de setembro de 1983, Amy Winehouse foi revelada ao mundo da música quando, aos 16 anos, um colega divulgou uma fita demo sua. Ela assinou seu primeiro contrato como cantora de jazz e sua música se desenvolveria como uma mistura de jazz, pop, soul e R&B. Amy ganhou cinco Grammys por seu álbum “Back to Black”, de 2006, e obteve fama com músicas como “Rehab”, “Back to Black” e “Valerie”. Ela morreu tragicamente em 23 de julho de 2011, aos 27 anos, de uma intoxicação acidental por álcool.
Amy Jade Winehouse nasceu em 14 de setembro de 1983, nos subúrbios de Southgate, em Londres, Inglaterra. Seu pai, Mitch Winehouse, era motorista de táxi, enquanto sua mãe, Janes, trabalhava como farmacêutica. Ela sempre foi rodeada pelo jazz, já que muitos de seus tios eram músicos profissionais e sua avó havia tido um caso com a lenda do jazz britânico Ronnie Scott. Por causa desse background musical, Amy cresceu ouvindo uma gama musical variada, indo de James Taylor a Sarah Vaughan.
Aos 10 anos, ela ficou atraída pelo espírito rebelde do TLC, Salt-N-Pepa e outros conjuntos de R&B e hip-hop norte-americanos e criou um grupo de rap de curta duração chamado Sweet ‘n Sour. Aos 12, ela foi aceita na prestigiada Sylvia Young Theatre School e, um ano depois, ganhou seu primeiro violão. Mas, aos 16 anos, Amy foi expulsa por “não se enquadrar” e por colocar um piercing em seu nariz. Nessa mesma época, ela teve sua primeira grande chance quando um colega da escola e amigo próximo, Tyler James, mostrou uma fita demo que ela havia feito para seu selo, A&R, que estava à procura de uma cantora de jazz. A oportunidade a levou a assinar um contrato com a Island/Universal.
Seu disco de estreia, “Frank” (2003), foi bem recebido pelos críticos com sua mistura de jazz, pop, soul e hip-hop. O álbum foi indicado ao Mercury Music Prize e a dois Brit Awards. O primeiro single do disco, “Stronger Than Me” também lhe valeu um prêmio Ivor Novello Awards e “Frank” foi platina dupla. Nesse período, Amy começou a ganhar uma reputação de boêmia e instável, aparecendo, frequentemente, em shows e performances na TV demasiado bêbada para cantar todo o set. Ela também começou uma relação tumultuosa e de idas e vindas com o assistente de clipes, Blake Fielder-Civil, que admitiu tê-la introduzido a drogas pesadas. O casal costumava discutir e brigar fisicamente em público. Na intimidade, o romance dos dois se baseava em drogas, álcool, violência física e automutilação.
Em 2006, seus agentes sugeriram que ela entrasse na reabilitação por causa do abuso de álcool. Em vez disso, ela os despediu e transformou a experiência na canção de destaque de seu segundo e elogiado álbum, “Back to Black” (2006). A música “Rehab” tornou-se um hit instantâneo no Reino Unido e lhe valeu outro Ivor Novello Awards. O disco foi um sucesso entre a crítica, ganhando um Brit Awards. Logo em seguida, “Back to Black” foi um estouro nos EUA, chegando à posição mais alta já alcançada por uma artista britânica nas paradas. O álbum ficou no Top 10 por vários meses, vendendo um milhão de cópias até o final do verão. Em abril de 2007, a relação de Amy com Blake se transformou em um noivado e ela revelou o romance tinha servido de inspiração para várias faixas de “Back to Black”. Eles se casaram em 18 de maio de 2007 em uma cerimônia realizada em Miami.
Infelizmente, nos seus concertos, Amy acabou voltando aos seus antigos hábitos. Na primeira noite de uma turnê americana com 17 shows, Amy Winehouse estava praticamente incapacitada de cantar, aparecendo sob influência de substâncias ilegais. A plateia no National Indoor Arena, em Birmingham, Alabama, reagiu com vaias e deixando o local. Amy respondeu com arrotos e palavrões.
Seu comportamento errático causou revolta entre os fãs e a transformou em alvo de tabloides. Em 8 de agosto de 2007, a cantora sofreu um coma após ter uma overdose. Depois, ela admitiu ter misturado heroína, cocaína, ecstasy, ketamina, whisky e vodca em um vão de um bar em Londres. O episódio colocou em suspensão uma turnê norte-americana. Em 21 de agosto, foi anunciado que Amy estava descansando e recebendo cuidados médicos. Sua turnê europeia continuou, mas, enquanto estava na Noruega, em outubro de 2007, uma denúncia anônima levou a polícia a fazer uma busca em seu quarto de hotel, em Bergen, onde ela foi presa junto com seu marido e uma terceira pessoa não identificada pela posse de maconha. Eles foram soltos no dia seguinte após pagarem uma multa de 715 dólares.
Em novembro de 2007, o marido de Amy foi preso novamente por ter supostamente oferecido uma propina de 400 mil dólares a um barman após tê-lo agredido em junho do mesmo ano. Ele foi mantido sob custódia e Amy cancelou todos os seus shows e aparições em público citando “ordens médicas”. Um mês depois, ela foi presa por suspeita de tentar interferir no caso de seu marido. Amy se dirigiu de forma voluntária à delegacia e foi detida antes de ser interrogada. Depois, ela culparia os problemas legais de marido pela interrupção de sua turnê. Mesmo assim, “Back to Black” continuou a vender, recebendo platina quíntupla e se tornando o disco mais vendido daquele ano no Reino Unido.
Em janeiro de 2008, um vídeo que mostrava Amy supostamente fumando crack veio à tona, fazendo com que ela tivesse uma pequena passagem na reabilitação. Ela foi detida em maio de 2008 para um interrogatório, mas não recebeu nenhuma queixa formal, pois a polícia afirmou que não poderia determinar oficialmente se ela estava mesmo fumando no vídeo. Depois de ter admitido publicamente o abuso de substâncias ilegais, foi-lhe negado um visto para os EUA por “uso e abuso de narcóticos”. Isso a impediu de se apresentar ao vivo no Grammy de 2008 e ela acabou fazendo uma performance via satélite em Londres.
Apesar de seu sucesso, a saúde e a vida pessoal de Amy começaram a deteriorar. Seu comportamento errático continuou e, em junho de 2008, ela agrediu um fã durante seu show no Festival de Glastonbury na Inglaterra, mas ele não deu queixas e ela se livrou de um processo criminal. Depois do evento, ela retornou a uma clínica em Londres, onde recebeu tratamento por “sinais de enfisema” e uma batida cardíaca irregular causada pelo uso de crack e cigarros. O pai de Amy disse a jornalistas que ela havia sido advertida que teria de usar uma máscara de oxigênio caso não parasse com o uso abusivo de drogas.
Nessa mesma época, seu marido e outros três réus foram considerados culpados de crimes de agressão e obstrução. O tribunal livrou Blake da prisão com a condição que ele fosse para um centro de reabilitação de drogas por um longo prazo. Em janeiro de 2009, foi confirmado oficialmente o divórcio de Amy e Blake, por adultério – Amy descobriu que ele a havia traído com a modelo Sophie Schandorff.
Apesar dos tumultos pessoais, 2009 se mostrou um ano importante para Amy. Em 2008, “Back to Black” foi o segundo disco mais vendido do mundo e, em 2009, ela entrou para o Guinness World Records como artista britânica com o maior número de Grammys (recorde que seria batido por Adele futuramente). Além disso, ela anunciou que tinha criado sua própria gravadora, Lioness Records, assinando sua afilhada, Dionne Bromfield, como a primeira artista do selo.
Em janeiro de 2011, ela fez três shows no Brasil, que se mostraram decepcionantes pela falta de voz e preparo da cantora. Infelizmente, no final de sua vida, o grande talento de Amy foi ofuscado por seu vício em drogas e álcool e a cantora morreu tragicamente em 23 de julho daquele ano, aos 27 anos, após uma intoxicação alcoólica acidental.
Imagem: Festival Eurockéennes [CC BY 2.0], via Wikimedia Commons