Nascido em 4 de agosto de 1961, em Honolulu, no Havaí, Barack Obama é o 44º e atual presidente dos EUA. Ele foi um advogado de direitos civis e professor antes de seguir a carreira política. Obama foi eleito senador de Illinois em 1996, cumprindo seu mandato de 1997 a 2004. Ele foi eleito presidente dos EUA em 2008 e ganhou a reeleição em 2012 contra seu opositor republicano Mitt Romney.
Juventude
Barack Hussein Obama nasceu em 4 de agosto de 1961, em Honolulu, no Havaí, de Ann Dunham e Barack Obama Sr. Sua mãe é de Wichita, Kansas, enquanto seu pai é de origem queniana. Os dois se conheceram na Universidade do Havaí em Manoa.
Obama não tinha muito contato com Obama Sr. quando criança e seus pais se divorciaram em 1964, quando ele tinha apenas 2 anos. No ano seguinte, Obama Sr. voltou para o Quênia e sua mãe se casou com Lolo Soetoro, um estudante indonésio. Um ano depois, eles se mudaram para Jacarta, na Indonésia, onde nasceu a irmã de Obama, Maya Soetoso Ng. Vários incidentes naquele país fizeram com que Dunham temesse pela segurança e educação de seu filho. Então, aos 10 anos, Obama foi mandado de volta ao Havaí para viver com seus avós maternos. Mais tarde, sua mãe e irmã iriam se juntar a ele.
Nessa época, Obama foi matriculado na escola Punahou, destacando-se no basquete e se formando com honras em 1979. Sendo apenas um dos três estudantes negros na escola, Obama se tornou consciente do racismo e o que significava ser afro-americano. Ele também sofreu com a ausência do pai, quem ele viu só mais uma vez após o divórcio de seus pais, quando Obama Sr. visitou o Havaí por um curto período em 1971. Obama Sr. faleceu em 1982, após um segundo acidente de carro (no primeiro, no ano anterior, havia perdido as duas pernas), quando Obama tinha apenas 21 anos.
Após a escola secundária, Obama estudou na Occidental College, em Los Angeles, por dois anos. Ele, então, foi transferido para a Universidade Columbia, em Nova York, em 1983, onde obteve um diploma em ciências políticas. Depois de trabalhar com negócios por dois anos, Obama se mudou para Chicago em 1985, onde trabalhou como organizador comunitário em regiões de baixa renda. Foi nessa época que ele entrou para a Trinity United Church of Christ, embora não tenha sido criado em um ambiente religioso.
Após uma viagem para o Quênia, onde visitou o túmulo de seu pai e avô, Obama voltou renovado e entrou para a Faculdade de Direito em Harvard, em 1988. No ano seguinte, conheceu Michelle Robinson, uma sócia de uma empresa de advocacia em Chicago. Ela foi designada como sua conselheira durante um estágio de verão na empresa e, pouco tempo depois, os dois começaram a namorar.
Início de carreira
Em fevereiro de 1990, Obama foi escolhido como o primeiro editor afro-americano da revista Harvard Law Review. Ele se formou em Harvard, com grandes honras, em 1991. Depois, retornou a Chicago para atuar como advogado de direitos civis, trabalhando na firma Miner, Barnhill & Galland. Ele também foi professor, por tempo parcial, do curso de Direito na Universidade de Chicago (1992-2004) – primeiro como conferencista, depois como professor – e ajudou a organizar o registro de eleitores durante a campanha presidencial de Bill Clinton em 1992. Em outubro daquele ano, casou-se com Michelle. Os dois se mudaram para Kenwood, na região sul de Chicago, e tiveram duas filhas alguns anos depois: Malia (1998) e Sasha (2001).
Obama publicou sua autobiografia, “Dreams from My Father: A Story of Race and Inheritance” (Sonhos de Meu Pai: Uma História de Raça e Herança), em 1995. O livro recebeu excelentes críticas e foi traduzido para dez idiomas, incluindo chinês, sueco e hebraico. Seu trabalho como advogado o levou a se candidatar à vaga de senador no estado de Illinois. Ele concorreu como democrata e venceu a eleição em 1996. Nesse período, trabalhou tanto com democratas quanto com republicanos para elaborar uma legislação sobre ética e expandir os serviços de saúde e os programas de educação infantil para os pobres. Ele também criou um crédito tributário estatal para os trabalhadores pobres. Obama se tornou presidente do Comitê de Serviços Humanos e de Saúde do senado de Illinois e, depois que muitos presos no corredor da morte foram descobertos inocentes, trabalhou com autoridades policiais para que gravassem todos os interrogatórios e confissões em casos de pena capital.
Em 2000, Obama fez uma corrida inicial pelos democratas à Câmara dos Representantes dos EUA que acabou malsucedida. Determinado, ele criou um comitê de campanha em 2002 e começou a angariar fundos para concorrer a uma vaga no Senado norte-americano em 2004. Após os ataques terroristas de 11/9, foi contrário à pressão do então presidente George W. Bush de ir à guerra contra o Iraque. Em novembro de 2004, ganhou a eleição para o Senado americano com 70% dos votos, sendo essa a maior vitória política na história de Illinois. Com esse resultado, Barack Obama se tornou o terceiro afro-americano a ser eleito para o Senado após a Reconstrução. Durante seu mandato, e formando aliança com republicanos, ele foi a favor da destruição de armas de grande porte da Rússia e Europa Oriental, criou um site na internet para monitorar os gastos federais, solidarizou-se com as vítimas do Furacão Katrina, incentivou o desenvolvimento de energia alternativa e defendeu um aumento da pensão dos aposentados. Seu segundo livro, “A Audácia da Esperança: Reflexões sobre a Reconquista do Sonho Americano”, foi lançado em 2006.
Presidência
Em fevereiro de 2007, Obama anunciou sua candidatura à presidência dos EUA pelo Partido Democrático, após uma disputa com a ex-primeira-dama, Hillary Clinton, que acabou lhe dando total apoio durante a campanha. Em 4 de novembro de 2008, Obama derrotou o candidato republicano, John McCain, com 52.9% a 45.7% dos votos, e se tornou o 44º presidente dos EUA – e o primeiro afro-americano a ocupar este cargo. Quando Obama foi empossado, em 20 de janeiro de 2009, ele herdou uma recessão econômica global, duas guerras mundiais e o menor índice de favorabilidade dos EUA de todos os tempos.
Nos primeiros meses de mandato, a administração de Obama apoiou várias causas. Ele persuadiu o congresso a expandir o seguro de saúde para crianças e dar proteção legal para as mulheres que buscam igualdade de salário. Um estímulo de 787 bilhões de dólares foi feito para promover o crescimento econômico; foram realizados empréstimos à indústria automobilística e novas regulamentações foram propostas a Wall Street. Ele também reduziu os impostos para famílias trabalhadoras, pequenos negócios e compradores de casa de primeira viagem; além disso, afrouxou as proibições de pesquisa de células-tronco e avançou com um plano orçamentário de 3.5 trilhões de dólares.
Nos seus 100 primeiros dias no cargo, o Presidente Obama também fez uma reforma completa na política externa dos EUA. Ele procurou melhorar as relações com a Europa, China e Rússia, além de abrir um diálogo com o Irã, Venezuela e Cuba. Obama convenceu aliados a apoiar um pacote de estímulo global, enviou um adicional de 21 mil soldados para o Afeganistão e definiu uma data (agosto de 2010) para a retirada das tropas norte-americanas do Iraque. Em casos mais dramáticos, enfrentou piratas no litoral da Somália e preparou a nação para uma epidemia de gripe suína. Por esses esforços, ele foi condecorado com o Prêmio Nobel da Paz em 2009, na Noruega.
Já na segunda parte do seu primeiro mandato, Obama enfrentou muitos obstáculos, assim como conquistou algumas vitórias. Ele transformou seu plano de reforma da saúde, conhecido como Affordable Care Act, em lei em março de 2010. O objetivo era aumentar os direitos do consumidor e proporcionar coberturas de saúde acessíveis, dando oportunidade a todos os americanos a tratamento médico. Seus opositores, no entanto, alegaram que o “Obamacare”, como o chamaram, trazia novos custos para o orçamento já no limite do país e que poderia violar a Constituição, com sua exigência para indivíduos obterem seguros.
Na frente econômica, Obama trabalhou duro para conduzir o país em períodos de dificuldades financeiras. Ele assinou o Budget Control Act em 2011, em um esforço para conter os gastos do governo e impedir que o mesmo fosse inadimplente em suas obrigações financeiras. O ato também defendeu a criação de um comitê bipartidário para buscar soluções para os problemas fiscais do país, mas a equipe responsável não conseguiu chegar a um acordo para resolver essas questões.
Obama também teve que lidar com inúmeras questões militares e de segurança durante seu mandato. Em 2011, ajudou a revogar uma política militar conhecida como “Don’t Ask, Don’t Tell”, que proibia soldados assumidamente homossexuais a servir as Forças Armadas dos EUA. Ele também deu sinal verde a uma operação secreta no Paquistão, que levou à morte do famoso líder da al-Qaeda, Osama Bin Laden, por uma equipe de SEALs da marinha norte-americana.
Reeleição
Na eleição de 2012, Obama enfrentou o oponente republicano Mitt Romney. Em 6 de novembro de 2012, ele venceu novamente a disputa à presidência e ganhou um novo mandato de quatro anos, com quase 60% dos votos. Obama começou oficialmente seu segundo mandato em 21 de janeiro de 2013, no dia de Martin Luther King Jr. Em seguida, teve de conduzir a nação através de muitos desafios – nenhum mais difícil, talvez, que o atentado na Maratona de Boston, em 15 de abril de 2013. Nele, três pessoas morreram e outras 200 ficaram feridas.
Em junho, Obama havia sofrido uma queda significante de sua aprovação, em uma pesquisa realizada pela CNN/ORC International Poll. Os resultados mostraram que mais da metade dos americanos estava insatisfeita com o desempenho de Obama como presidente. Especialistas atribuíram sua queda a diversos fatores, entre os quais a controvérsia em torno do programa de vigilância da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA), que incluía monitoramento de e-mails e grampos telefônicos.
Obama se viu no meio de uma crise internacional entre agosto e setembro de 2013. Nesse período, foi descoberto que o presidente sírio usou armas químicas contra civis e que milhares de pessoas, incluindo 400 crianças, teriam morrido. Obama, então, trabalhou para persuadir o Congresso e a comunidade internacional a tomarem ações contra a Síria. No final de setembro, Obama fez avanços diplomáticos com o Irã. Ele conversou com o Presidente Hassan Rouhani por telefone, e o evento marcou a primeira vez, em décadas, que os líderes dos dois países tiveram contato direto. A iniciativa revolucionária foi vistas por muitos como um sinal de degelo entres os EUA e o Irã. Sobre o encontro, Obama afirmou à NBC que os dois haviam discutido sobre esforços em andamento para chegar a um acordo sobre o programa nuclear do Irã, expressando um certo otimismo de que o objetivo poderia ser alcançado.
O Affordable Care Act continuou a sofrer fogo inimigo, com resistência dos republicanos e ataques ao website do programa, criado para ajudar as pessoas a encontrarem planos de saúde. No entanto, com a mudança da legislação, muitas pessoas acabaram perdendo seus planos e o presidente teve de pedir desculpar, prometendo tomar medidas em relação ao problema.
Em novembro de 2013, a popularidade de Obama sofreu nova queda (para 37% de aceitação), depois que a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, descobriu e revelou que os EUA estavam escutando suas conversas ao telefone. Em março de 2014, em uma tentativa de trazer alívio para os ucranianos após uma revolução no país, Obama anunciou várias sanções a indivíduos e negócios considerados como agitadores da Ucrânia na crise da Crimeia. Obama enfrentou mais dificuldades naquele ano, quando tensões entre israelenses e palestinos se transformaram em violência e quando milhares de crianças cruzaram sozinhas a fronteira do México com os EUA. Além disso, um porta-voz da câmara, John Boehner, lançou uma campanha para processar Obama por exceder seus poderes executivos com relação ao Affordable Care Act.
Em setembro de 2014, ele lançou um ataque contra o Estado Islâmico, também conhecido como ISIS ou ISIL. Os EUA, ao lado de vários países árabes, realizaram ataques aéreos contra alvos relacionados ao grupo militante islâmico extremista. O presidente também fez uma aparição na ONU e fez um chamado a todas as nações para se unirem contra o ISIS. Em novembro do mesmo ano, Obama teve que enfrentar novos desafios em seu país. Os republicanos tiveram um desempenho impressionante na eleição e mudaram o balanço de poder no Senado. Os democratas perderam sua maioria, o que significou que Obama teria que se conformar com os republicanos controlando tanto a Câmara quanto o Senado em seus dois últimos anos de mandato. Em dezembro, foram restabelecidas as relações diplomáticas com Cuba após uma troca de prisioneiros entre as duas nações.
No início deste ano, Obama anunciou que os EUA não estavam mais em recesso. Alguns meses depois, a Suprema Corte dos EUA aprovou parte do Affordable Care Act, no que diz respeito aos subsídios fiscais, fazendo com que os planos de saúde ficassem mais acessíveis para milhões de americanos. Em 26 de junho, a Suprema Corte também aprovou a união de pessoas do mesmo sexo em todo o país. No mesmo dia dessa decisão história, Obama teve que lidar com os recentes incidentes de violência racial nos EUA, ao comparecer ao funeral da Reverenda Clementa Pickney, em Charleston, na Carolina do Sul. Ela foi uma das nove afro-americanas mortas por um homem branco durante um estudo da Bíblia em uma igreja da cidade. Em julho deste ano, como consequência à abertura diplomática dos EUA com Cuba, ambos os países tiveram suas respectivas embaixadas abertas em Washington e Havana (fechadas desde 1961), marcando uma nova era para as relações entre essas duas nações.
Crédito da foto: Official White House Photo/Pete Souza/Wikimedia Commons