Inicio
22 / Junho / 1903
25 / Julho / 1934

John Dillinger

Por History Channel Brasil em 18 de Maio de 2017 às 19:00 HS
John Dillinger-0
Caption
BIOGRAFIAS

John Dillinger nasceu em 22 de junho de 1903, em Indianápolis, nos EUA. Na infância, cometeu pequenos furtos. Em 1924, ele roubou um supermercado e foi preso. Ele escapou e, junto com sua gangue, foi para Chicago e formou uma das gangues de assalto a bancos mais organizadas e mortais do país. O grupo continuou com uma série de crimes até que foi preso. Ele continuou a cometer contravenções até ser baleado pelo FBI, em Chicago, em 1934.

John Herbert Dillinger nasceu em 22 de junho de 1903, em Indianápolis, nos EUA. Quando criança, metia-se constantemente em encrencas. Ele fazia travessuras e pequenos furtos com sua gangue da vizinhança. John era o mais novo de dois irmãos. Seu pai, John Wilson Dillinger, era um comerciante rígido e disciplinador, que batia nele. Sua mãe, Mary Ellen Lancaster, morreu de um derrame quando o menino tinha apenas três anos. Sua irmã, Audrey, 15 anos mais velha, ajudou a criá-lo até seu pai se casar novamente, em 1912.


Roubo de carro para impressionar

Fique com o dinheiro. Nós só queremos o do banco.
(ao assaltar um fazendeiro)

Aos 16 anos, John largou a escola, contrariando o seu pai. Seu comportamento rebelde e selvagem, com escapadas à noite, incluía bebida, brigas e prostitutas. Mas o assunto ficou mais sério quando, em 1923, o jovem Dillinger roubou um carro para impressionar uma garota. Um policial o pegou e lhe deu voz de prisão, mas ele conseguiu escapar. Sabendo que não poderia retornar para sua casa, alistou-se na marinha no dia seguinte. Mas, depois de cinco meses, Dillinger percebeu que o serviço miliar não era para ele e pulou de um navio, sendo dispensado da marinha com desonras posteriormente. 

Ao retornar para sua casa, em Mooresville, casou-se com Beryl Ethel Hovious, com 16 anos à época. Os dois se mudaram para a fazenda de seu pai, e, com apenas algumas semanas de casados, Dillinger foi preso por roubar galinhas. Embora seu pai tenha conseguido livrá-lo de um julgamento, a relação entre os dois azedou para sempre.


Prisão

Foi então que ele se mudou para a casa dos pais de Beryl, em Martinsville. Lá, arrumou um emprego em uma loja de estofados e jogou no time de beisebol da cidade, onde ficou amigo de Edgar Singleton, um beberrão e parente distante da madrasta de Dillinger, que se tornou seu primeiro parceiro no crime. Os dois tramaram um assalto a uma mercearia local, mas o plano não saiu como esperado e Dillinger foi pego pela polícia. No julgamento, acabou sentenciado de 10 a 20 anos de prisão no Indiana State Reformatory, em Pendleton.

Enquanto estava na cadeia, sua esposa, Beryl, não estava se sentindo bem com a distância e acabou se divorciando de Dillinger, em 1929, dois dias antes do aniversário dele, o que foi devastador para Dillinger. Por não ser um prisioneiro exemplar e por tentar fugir algumas vezes, a liberdade condicional lhe foi negada. Mas após ser transferido para a Indiana State Prison, em Michigan City, ele conheceu Pierpont, com quem fugiu da prisão em 1933, após quatro anos encarcerado.


Gangue organizada

Com a polícia no seu encalço, foi preso novamente em Dayton, Ohio, e levado para uma delegacia em Lima, no mesmo estado. Mas Pierpont e seus homens foram resgatá-lo, matando o xerife. Em seguida, foram para Chicago, e Dillinger formou uma das gangues mais organizadas e mortais do país, assaltando bancos nos estados de Illinois, Indiana e Wisconsin. Eles agiam meticulosamente e possuíam um toque teatral – uma vez fingiram ser representantes de vendas para entrar no cofre do banco e ter acesso ao sistema de segurança; em outra ocasião, fizeram-se passar por uma equipe de filmagens que estava rodando um filme de assalto a banco.

Tudo isso só fez aumentar a reputação da gangue e trazer mais repercussão na mídia. Em uma das histórias, um fazendeiro disse que, durante um assalto, foi poupado depois que Dillinger perguntou se o dinheiro era seu ou do banco. Ao responder que era seu, Dillinger teria dito para ele: “Fique com o dinheiro. Nós só queremos o do banco”.


Assassinato de policial

Em dezembro de 1933, a gangue decidiu passar as férias na Flórida, mas, um pouco antes de partirem, um dos membros foi morto por um policial ao buscar seu carro na oficina. O Departamento Policial de Chicago havia criado um grupo de elite, chamado “Dillinger Squad”. Após o descanso, eles foram ao Arizona, pois eram procurados em todo o Meio-Oeste. No caminho, Dillinger decidiu roubar um banco em East Chicago, Indiana, ao lado de Red Hamilton. Mas o assalto deu errado, Hamilton foi ferido e Dillinger matou um policial durante a fuga. Ao chegar em Tucson, no Arizona, para encontrar os outros membros da gangue, eles foram cercados e presos. Dillinger foi enviado de volta para Indiana, para ser julgado pelo assassinato do policial William Patrick O’Malley.


Fuga da prisão

Nunca fique sem mulheres, porque ficar sem mulheres é como estar em uma prisão.

Enquanto esperava a sentença, Dillinger foi mandado para a prisão de Crown Point, considerada inescapável. Mas o gângster provaria o contrário, ao conseguir fugir dela sozinho e sem disparar um único tiro. Há algumas versões para a sua fuga: a primeira que ele teria esculpido uma arma de madeira e depois a enegrecido com graxa de sapato; e outras falam de corrupção dentro da penitenciária, tendo alguém lhe dado uma arma de verdade.

De qualquer forma, Dillinger conseguiu iludir seus algozes, roubando um carro da polícia e fazendo o caminho de volta a Illinois. No entanto, ele acabou cruzando a fronteira dos estados com um carro roubado e chamou a atenção do FBI.


Novos assaltos

Assim que chegou em Chicago, Dillinger formou uma nova gangue. Nela, os membros não foram tão bem escolhidos e havia até psicopatas, como Lester Gills, também conhecido como “Baby Face Nelson”. Eles se transferiram para St. Paul, em Minnesota e iniciaram uma onda de crimes em quatro estados, roubando vários bancos. Alguns transcorreram bem, enquanto outros foram problemáticos. Depois que Dillinger e outro membro da gangue foram feridos em um assalto em Iowa, eles foram obrigados a ir para um esconderijo em Wisconsin. Porém, lá, foram reconhecidos e o FBI armou uma cilada para os gângsteres, que acabou não dando certo.

 

Inimigo Público No. 1

Em 1934, Dillinger havia desaparecido, mas, por causa de sua fama, a vida foi ficando cada vez mais difícil. O FBI o considerou um “Inimigo Público No. 1” e ofereceu 10 mil dólares de recompensa por sua cabeça. Para evitar a prisão, Dillinger se submeteu a uma cirurgia plástica e passou a se chamar Jimmy Lawrence. Em 30 de junho de 1934, ele roubou seu último banco, acompanhado de Van Meter, “Baby Face” Nelson e outros desconhecidos, no qual houve confronto com a polícia, tiroteio, reféns e muitos feridos. No final, cada membro conseguiu apenas $4.800.


Emboscada e morte

(…) alguém me matará antes que eu decida sair. Por isso, não faço planos para o futuro (...)

Não se sabe como Dillinger veio a conhecer Anna Sage, uma imigrante romena que havia se estabelecido nos EUA em 1909. Após vários problemas e o risco de ser deportada, Ana contou a um agente do FBI que costumava ir ao cinema com Dillinger e Hamilton e que poderia ir novamente. Purvis, então, reuniu uma equipe de agentes do FBI e alugou armas das forças policiais de outras regiões porque achava que a polícia de Chicago não era confiável. Foi então que em 22 de julho de 1934, Anna Sage contou a Purvis que ela e Dillinger estavam planejando sair novamente. Purvis montou a emboscada e, após cruzar com Dillinger na saída do cinema, anunciou sua prisão e o encurralou em um beco, onde o gângster foi alvejado por quatro balas. 

Dillinger foi levado ao hospital, mas já estava morto. Uma multidão seguiu o seu corpo até o necrotério e, no dia seguinte, estima-se que 15 mil pessoas haviam passado por lá. O corpo foi levado de volta para Mooresville, em Indiana e, identificado por sua irmã, Audrey, recebendo um funeral cristão em 25 de julho de 1934 e ficando no lote da família, no cemitério de Crown Hill, em Indianápolis.

 


Imagem: FBI/U.S. federal government [Domínio público], Wikimedia Commons