José Saramago foi um escritor português e então único ganhador do Prêmio Nobel da Literatura em língua portuguesa, recebeido em 1998. Sobre a premiação, o júri disse que o escritor português, "com parábolas portadoras de imaginação, compaixão e ironia, torna constantemente compreensível uma realidade fugidia". Foi autor de 20 romances, fora poesias, crônicas, contos e peças para teatro.
Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida.
O escritor iniciou a carreia em 1947, ganhando notoriedade em 1980 com o livro Levantado do Chão, considerado seu primeiro grande romance. Dois anos depois, voltaria a fazer sucesso com a obra Memorial do Convento. Em 1991, o livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo foi censurado pelo governo português, e Saramago decidiu exilar-se em Lanzarote. O livro Ensaio sobre a Cegueira (1995) foi transformado em filme pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles em 2008.
Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione como data de nascimento o dia 18. Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. A maior parte da sua vida decorreu, portanto, na capital, embora até aos primeiros anos da idade adulta fossem numerosas, e por vezes prolongadas, as suas estadas na aldeia natal.
Jornalista e editor
A ignorância está se expandindo de maneira aterradora.
Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhista, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance, Terra do Pecado, em 1947, e ficou muito tempo sem publicar (até 1966).
Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redação do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentarista político, e coordenou um suplemento cultural.
Dedicação aos livros
Não é a pornografia que é obscena, é a fome que é obscena.
Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre abril e novembro de 1975 foi diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor.
Casou com Pilar del Río em 1988 e em fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Ele faleceu em 18 de junho de 2010.
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