Ronaldo Luís Nazário de Lima, mais conhecido como Ronaldo, ou Ronaldo Fenômeno, dispensa apresentações, especialmente, para quem é fã de futebol. Considerado um dos grandes jogadores dos últimos tempos, foi campeão de duas copas do mundo, eleito três vezes o melhor jogador de futebol do mundo pela Fifa e considerado um dos melhores atacantes da história.
Ronaldo nasceu no dia 18 de setembro de 1976, na cidade do Rio de Janeiro, e é o terceiro filho de Nélio Nazário de Lima e Sônia dos Santos Barata. Ele teve uma infância pobre no Rio de Janeiro, o que não o impediu de realizar o seu sonho de jogar futebol e se tornar um dos maiores astros da modalidade no planeta.
Começo no Cruzeiro
Eu tinha o sonho (na infância) de ser militar e ser jogador de futebol, acho que fiz uma boa escolha.
Ronaldo deu seus primeiros passos no futsal e depois tentou uma vaga no futebol do Flamengo. Ele desistiu do time da Gávea, pois era muito longe de sua casa e precisava arcar com as despesas de transporte. Acabou ficando no São Cristóvão, que era mais próximo de onde morava e o clube pagava o ônibus. Ficou ali entre 1990 e 1993. Neste período, chegou a ser oferecido para São Paulo e Botafogo. Após participar de uma má campanha com a camisa da seleção brasileira sub-17 no campeonato sul-americano, Ronaldo acertou sua transferência para o Cruzeiro. Com 16 anos, fazia sua estreia no futebol profissional. Na equipe mineira, o atacante logo chegou ao estrelato. Jogou pelo time em 1993 e 1994 e deixou o clube com a expressiva marca de 44 gols em 46 partidas.
Primeira Copa do Mundo com 17 anos
Fazer sexo antes do jogo é a chave do sucesso.
Ronaldo foi convocado para a seleção brasileira com apenas 17 ano e voltou com o título da Copa do Mundo nos Estados Unidos, em 1994. Depois da Copa, Ronaldo se transferiu para o futebol europeu, onde jogou pelo holandês PSV e marcou sua passagem pelo clube com um desempenho brilhante.
Em seguida, assinou com o Barcelona onde marcou 47 gols em 49 jogos e recebeu o seu primeiro prêmio Bola de Ouro, que o colocava como melhor jogador do mundo. Ele ainda ganhou a Chuteira de Ouro, como goleador europeu, e o Troféu Fifa, como melhor jogador do ano. Na sequência, Ronaldo foi para a Itália, onde jogou pela Inter de Milão, entre 1997 e 2002. Logo em seu primeiro ano, mostrou seu futebol de craque que lhe rendeu o segundo título de melhor jogador da Fifa.
Drama na carreira
Acho que todos os negros sofrem. Eu, que sou branco, sofro com tamanha ignorância.
No mundial da França, em 1998, contudo, enfrentou o primeiro grande drama na carreira. Horas antes da partida final contra os franceses, Ronaldo teria sofrido convulsões. Mesmo assim, ele foi a campo, mas demonstrou um futebol apático, assim como os demais jogadores brasileiros. O Brasil perdeu a decisão, e a popularidade de Ronaldo sofreu um revés. Em seguida vieram as lesões. Ele sofreu uma grave ruptura nos ligamentos do joelho durante uma partida pela Inter de Milão e passou mais tempo no departamento médico do que dentro de campo.
Volta por cima
Meu peso não interessa a ninguém. Quando marco gol, fico mais magro.
No mundial de 2002, quando muitos críticos não acreditavam mais no seu futebol, Ronaldo deu a volta por cima, vestindo a camisa da seleção brasileira na Copa do Mundo da Coreia do Sul e Japão. Com uma grande atuação, ele levou o Brasil à conquista do quinto título mundial, além de se consagrar o goleador da competição, com oito gols marcados, incluindo dois na final contra a Alemanha. Depois da Copa, deixou a Inter de Milão e se transferiu para o Real Madri, fato que gerou muita indignação dos torcedores italianos. Ainda em 2002, recebeu seu terceiro troféu da Fifa de melhor jogador do mundo.
Pelo Real Madrid, onde ficou até 2007 num time recheado de estrelas, não conquistou nenhum título expressivo e passou a ser criticado pelo seu excesso de peso. Sua forma física continuaria rendendo críticas até o final da carreira. Foi assim, por exemplo, durante o Mundial de 2006, na Alemanha, em que Ronaldo estava visivelmente acima do peso. A equipe brasileira, recheada de medalhões e num clima de oba-oba, acabou eliminada pela França, nas quartas de final. Ronaldo, com os gols que marcou nesta Copa, atingiu a marca de 15 tentos em mundiais, sagrando-se o maior goleador em mundiais até então. Ele, contudo, foi um dos crucificados pela decepção brasileira e ali se encerrava o seu ciclo com a camisa verde-amarela.
Retorno ao Brasil
Não está escrito em nenhum manual que eu tenho de jogar bem sempre.
Um ano após a Copa do Mundo e já sem clima no Real Madrid, Ronaldo decidiu se transferir para o Milan. No clube italiano, descobriu que tinha hipotireoidismo, razão de seu sobrepeso. Sua permanência na equipe, ao lado de Kaká e Pato, não durou muito. Em fevereiro de 2008, Ronaldo voltou a lesionar o joelho e deixou o gramado chorando. Era hora de voltar ao Brasil.
Em seu país natal, fez tratamento nas dependências do Flamengo, razão pela qual especulava-se que ele poderia assinar com o rubro-negro. Contudo, para a surpresa de todos, o Fenômeno acertou com o Corinthians e foi apresentado como jogador do time no começo de 2009. Com a camisa alvinegra, teve uma grande atuação no primeiro ano, conquistando o Campeonato Paulista e também a Copa do Brasil. No ano seguinte, Ronaldo era a principal esperança do Corinthians na conquista do inédito título da Libertadores, porém, a equipe caiu diante do Flamengo.
No centenário do clube, em 2010, e com o amigo Roberto Carlos na equipe, Ronaldo teve um ano apático, com poucas atuações. Em 2011, em uma nova chance na pré-Libertadores, a decepção veio logo no segundo jogo, quando o time foi eliminado pelo desconhecido Tolima, na Colômbia. Com o resultado, instaurou-se a crise no Corinthians e, diante de protestos da torcida e também cansado de lutar contra lesões e dores, Ronaldo decidiu abandonar o futebol.
Vida fora dos gramados
No dia 14 de fevereiro de 2011, ele anunciava a sua aposentadoria do futebol, em uma entrevista coletiva, em São Paulo. A razão de sua retirada dos gramados aos 34 anos foram as frequentes lesões. O evento especial de sua despedida do futebol aconteceu durante um amistoso entre Brasil e Romênia, no estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Desde que parou de atuar como atleta profissional, Ronaldo trabalha nos bastidores do futebol, à frente de uma empresa de marketing esportivo. Também é comentarista esportivo de televisão e esteve envolvido na organização da Copa do Mundo do Brasil em 2014.