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11 / Maio / 1904
23 / Janeiro / 1989

Salvador Dalí

Por History Channel Brasil em 18 de Maio de 2017 às 19:30 HS
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BIOGRAFIAS

Salvador Dalí nasceu em 11 de maio de 1904 em Figueres, Espanha. Desde cedo, ele foi incentivado a praticar a sua arte e, mais tarde, estudou em uma academia em Madrid. Na década de 20, ele foi a Paris e começou a interagir com artistas como Picasso, Magritte e Miró, que o levou à sua primeira fase Surrealista. Ele é talvez mais famoso por seu quadro “A Persistência da Memória”, que mostra relógios derretendo em uma paisagem. Ele foi expulso do movimento Surrealista, mas isso não o impediu de pintar. Dalí morreu em Figueres em 1989.

Salvador Dalí nasceu Felipe Jacinto Dalí y Domenech em 11 de maio de 1904, em Figueres, Espanha, a cerca de 25 quilômetros da fronteira com a França. Seu pai, Salvador Dalí y Cusi, era um advogado muito severo com os filhos, em contraste com a doçura de sua mãe, Felipa Domenech Ferres. A relação de Dalí com seu pai deteriorou quando Salvador era ainda jovem.

Dalí teve um irmão mais velho, que morreu de gastroenterite. Ele contou, mais tarde, que seus pais o levaram ao túmulo do irmão (Dalí tinha 5 anos) e o disseram que ele era sua reencarnação. Sobre isso, Dalí afirma: “Nós parecemos duas gotas d’água, mas com reflexos diferentes”.

 

Excentricidade

Ainda muito jovem, Salvador começou a produzir pinturas altamente sofisticadas. Seus pais, então, construíram um estúdio de arte, antes mesmo de Dalí entrar para a escola de arte, em 1916. Após um ano na escola, ele descobriu a arte moderna e conheceu Ramon Pichot, um artista de Cadaques, onde sua família passava as férias. Em 1919, o jovem artista fez sua primeira exposição, no Teatro Municipal de Figueres.

Em 1921, a mãe de Dali morreu de câncer de mama. Ele tinha 16 anos e ficou devastado, ainda mais quando seu pai casou com a irmã da mãe.

Em 1922, Dalí ingressou na Academia de San Fernando, em Madrid. Ele morava na residência estudantil e lá sua excentricidade veio à tona, com seu longo cabelo e costeletas, além das vestimentas bizarras. Nessa época, ele foi influenciado por diferentes estilos artísticos, como Metafísica e Cubismo. Em 1923, ele foi expulso da academia por criticar seus professores e, no mesmo ano, foi preso brevemente por supostamente apoiar o movimento Separatista. Ele retornou à academia em 1926, mas foi permanentemente expulso pouco antes de seus exames finais, por declarar que nenhum membro da academia era suficientemente competente para avaliá-lo.

 

Pablo Picasso

Na escola, Dalí começou a explorar muitas formas de arte, incluindo a de pintores clássicos, como Raphael, Bronzino e Diego Velázquez, de quem ele adotou seu emblemático bigode curvo. Ele também estudou o Dadaísmo, movimento antipadrões, que influenciaria sua filosofia pelo resto da vida.

Entre 1926 e 1929, Dalí fez muitas viagens para Paris, onde ele conheceu pintores e intelectuais, como Pablo Picasso – nessa época, Dalí pintou muitos quadros influenciados por ele. Ele também conheceu o pintor e escultor Joan Miró, o poeta Paul Éluard e o pintor René Magritte, que apresentou o Surrealismo a Dalí. Nessa época, ele trabalhava com o Impressionismo, Futurismo e Cubismo.

Toda essa experimentação levou ao primeiro período Surrealista de Dalí, em 1929. Essas pinturas a óleo eram formadas por pequenas colagens das imagens de seus sonhos. Sua maior contribuição ao movimento Surrealista foi o que ele chamou de “método crítico-paranoico”, um exercício mental para criar uma realidade a partir de seus sonhos e pensamentos subconscientes. Para Dalí, isso virou uma maneira de viver.

 

Cinema

Em 1929, Dalí expandiu seu mundo artístico para o mundo do cinema, quando ele colaborou em dois filmes de Luis Buñuel: “Um Cão Andaluz” e “A Idade do Ouro”. Sua arte apareceu anos depois em outro filme: “Quando Fala o Coração” (1945), de Alfred Hitchcock, no qual as pinturas de Dalí apareciam em uma sequência de sonho, dando dicas para a resolução dos problemas psicológicos do personagem John Ballantine.

Em agosto de 1929, Dalí conheceu Elena Dmitrievna Diakonova, uma imigrante russa, casada com o escritor Paul Éluard. Eles tiveram uma grande atração e ela deixou o marido para viver seu novo amor. Também conhecida como “Gala”, ela foi a musa e a inspiração de Dalí, e se tornou sua esposa em 1934. Gala tomava conta da parte administrativa da arte de Dalí.

Em 1930, Salvador Dalí se tornou uma figura notória do movimento Surrealista. Marie-Laure de Noailles e Viscount e’ Viscountess Charles foram seus primeiros mecenas. Os aristocratas franceses investiram muito na arte avant-garde do início do século XX. Uma das obras mais famosas de Dalí, e talvez o mais famoso trabalho surrealista, foi “A Persistência da Memória” (1931). A pintura mostra relógios de bolsos derretendo em uma paisagem. Dizem que há muitas ideias na imagem, como que o tempo não é rígido e que tudo é destrutível.

Na década de 30, Salvador Dalí se tornou conhecido por sua personalidade colorida, assim como sua arte. Sempre com seu enorme bigode, uma capa e uma bengala, Dalí tinha um comportamento incomum. Em 1934, o marchand Julian Levy apresentou Dalí aos Estados Unidos, em uma exposição em Nova York, que causou muita controvérsia. Em um baile em sua homenagem, Dalí apareceu usando uma caixa de vidro no peito, contendo um sutiã.

 

Exposições surrealistas

Em 1934, Dalí, com sua filosofia apolítica, se recusou a tomar uma posição contra o ditador espanhol Francisco Franco (como fizeram outros surrealistas), mas não está claro se isso levou à sua expulsão do movimento. Oficialmente, Dalí foi notificado que sua expulsão aconteceu por conta de suas atividades contrarrevolucionárias, incluindo a celebração do fascismo.

Apesar disso, Dalí continuou a participar de exposições surrealistas na década de 40. Durante a Segunda Guerra Mundial, Dalí e Gala se mudaram para os Estados Unidos, permanecendo até 1948, quando retornaram à sua amada Catalonia. Nessa época, ele ganhou uma exposição no Metropolitan Museum, e logo em seguida, publicou sua autobiografia “A Vida Secreta de Salvador Dalí” (1942). Também nessa época, ele entrou em seu período clássico.

Nos 15 anos seguintes, Dalí pintou uma série de 19 grandes telas que incluíam temas religiosos, científicos ou religiosos. Ele costumava chamar esse período de “Misticismo Nuclear”. Sua arte tinha uma técnica brilhante, combinando detalhes meticulosos com uma imaginação fantástica, incorporando ilusões ópticas, holografia e geometria.

De 1960 a 1974, Dalí dedicou muito do seu tempo criando o Teatro-Museo Dalí, em Figueres. O prédio é considerado a maior estrutura Surrealista do mundo, sendo em si uma obra de arte. O local abriga a maior variedade de suas obras.

 

Anos finais

Em 74, ele desfez seus negócios com o empresário Peter Moore. Como resultado, todos os direitos de sua coleção foram vendidos sem sua permissão por outros empresários, e ele perdeu muito de sua fortuna. Um casal de colecionadores norte-americanos montou uma organização chamada “Friends of Dalí” para ajudar em suas finanças.

Em 1980, Dalí precisou se aposentar da pintura por conta de um distúrbio motor que causava tremor e fraqueza nas mãos. Em 1982, sua esposa Gala morreu. Esses dois acontecimentos o puseram em uma depressão severa. Ele se mudou para Pubol, onde havia construído um castelo para Gala, para se esconder do público. Em 1984, ele se queimou severamente em um incêndio e amigos o enviaram de volta a Figueres, no Teatro-Museo. Em novembro de 1988, Dalí deu entrada em um hospital em Figueres com problemas no coração, retornando para casa tempos depois. Em 23 de janeiro de 1989, ele morreu, na cidade de seu nascimento, aos 84 anos.

 


Imagem: Carl van Vechten [Domínio público], via Wikimedia Commons