Brasil negou a extradição de um dos maiores criminosos nazistas
Após a Segunda Guerra Mundial, vários criminosos nazistas fugiram para a América Latina. Um deles foi Gustav Franz Wagner subcomandante do campo de concentração de Sobibor, na Polônia. Escondido no Brasil, ele teve sua extradição para a Alemanha negada por autoridades de nosso país quando foi descoberto.
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Na época, o procurador não indeferiu a extradição para Áustria e Polônia porque a lei brasileira entendia que os crimes de Wagner já estavam prescritos. Já sobre o pedido de Israel, ele considerava que o país não teria competência para o pedido, pois só passou a existir como estado em 1948. A requisição da Alemanha foi levada em consideração, pois a prescrição dos crimes do nazista havia sido interrompida por uma condenação de Wagner em 1967. Porém, foram requisitados mais provas e documentos para concluir o processo e extraditar o fugitivo.
Durante a longa tramitação do processo, houve a transição entre os governos Ernesto Geisel e João Figueiredo (o último presidente da ditadura militar). Com isso, Araújo foi substituído por Firmino Ferreira da Paz na procuradoria-geral. Ele acabou autorizando a extradição, mas o Supremo Tribunal Federal voltou a negar o pedido, pois considerou que os crimes estavam prescritos.
Wagner era apontado como responsável por vários crimes de guerra. Ele era acusado até mesmo de ter atirado em um bebê no colo da mãe. O nazista era conhecido no campo de concentração de Sobibor como “a besta humana”.
Enquanto viveu no Brasil, Wagner trabalhou em uma propriedade rural no interior de São Paulo. Em liberdade, o nazista morreu com uma facada no coração, em 1980, na cidade de Atibaia. O laudo médico não concluiu se houve suicídio ou homicídio.
Fonte: Folha de S.Paulo
Imagem: Bossanoven, via Wikimedia Commons