As decisões que poderiam ter feito Hitler vencer a Segunda Guerra Mundial
Hitler e a Alemanha foram derrotados na Segunda Guerra Mundial, conflito que deixou um saldo de milhões de mortos e feridos, incluindo as vítimas do Holocausto. Felizmente os Aliados saíram vitoriosos, mas, será que em algum momento os nazistas poderiam ter vencido ou ao menos evitado a guerra como ela aconteceu? Esta foi a questão levantada por Donald T. Pyne, antigo oficial do exército dos Estados Unidos, que analisou decisões-chave que poderiam ter levado os alemães à vitória. Confira abaixo o que o Führer poderia ter feito de diferente e quais seriam suas prováveis consequências:
Aceitar a oferta de uma nova conferência entre o Reino Unido, França, Alemanha e Itália
Quando o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain anunciou que havia "conquistado a paz" após o Acordo de Munique, assinado entre Reino Unido, França, Alemanha e Itália em 1938, ele imaginava que haveria outra conferência para consolidar as boas relações entre os quatro países. O tratado dava à Alemanha a região dos Sudetos (onde moravam mais de 3 milhões de germanófilos), na Tchecoslováquia, desde que Hitler prometesse que esta seria a última reivindicação territorial da Alemanha.
De acordo com Pyne, Hitler poderia ter aceitado a oferta generosa do Reino Unido de participar de uma segunda Conferência dos Quatro Poderes, prevista para o fim de 1938 ou início de 1939. Entre os objetivos do encontro estava a reparação das queixas remanescentes da Alemanha em relação ao injusto Tratado de Versalhes e, assim, evitar a possível eclosão da Segunda Guerra Mundial. Pyne defende que seria a oportunidade de a Alemanha reivindicar de volta o "Corredor Polonês", região transferida da Alemanha para a Polônia ao fim da Primeira Guerra Mundial, em virtude da assinatura do tratado. Caso isso tivesse acontecido, talvez não houvesse o conflito.
Não ter violado o Acordo de Munique
Em vez de aceitar a proposta de uma nova conferência, em 15 de março de 1939 Hitler desrespeitou o Acordo de Munique. Assim, os nazistas invadiram o resto da Tchecoslováquia e ocuparam Praga. O primeiro-ministro britânico Chamberlain considerou a violação do pacto como um insulto pessoal. Depois disso, o Reino Unido garantiu apoio à Polônia caso os alemães invadissem o país. Menos de seis meses depois, a Alemanha realmente invadiu a Polônia. Assim a França e a Grã-Bretanha foram arrastadas para a guerra.
"Se Hitler não tivesse violado o Acordo de Munique e tivesse aceitado a Conferência dos Quatro Poderes para resolver suas reivindicações com relação ao Corredor Polonês, então ele poderia ter sido lembrado como o chanceler de maior sucesso na história alemã (com exceção de Otto von Bismarck) por concretizar o sonho nunca antes realizado de uma Alemanha unida", disse Pyne.
Ocupar apenas o Corredor Polonês, não outras partes da Polônia
Hitler deveria ter limitado sua ocupação da Polônia ao corredor e à cidade livre de Danzig (tiradas da Alemanha após o Tratado de Versalhes). Ao representar somente 4% do território inimigo, o Führer poderia ter proposto a paz, e provavelmente a Polônia teria aceitado, assim como os Aliados, para evitar uma guerra no coração da Europa.
Não arriscar entrar em guerra com os Aliados até 1941 ou 1943
O programa de rearmamento alemão só estava previsto para ser totalmente concluído a partir de 1943, por isso Hitler esperava que a guerra não começasse antes de 1941. Assim, o líder nazista foi completamente pego de surpresa quando a Grã-Bretanha e a França declararam guerra contra ele em 3 de setembro de 1939, após a invasão à Polônia.
Os generais alemães alertaram Hitler que o país ainda não estava pronto para a guerra em 1939. Naquele ano, cerca de um terço das divisões das forças armadas da Alemanha não possuía equipamentos suficientes, além disso, o exército enfrentava uma grande escassez de oficiais e tanques de guerra. Apesar de o Tratado de Versalhes não ter conseguido impedir que a Alemanha se fortalecesse militarmente após a Primeira Guerra Mundial, o acordo foi bem-sucedido na proibição da construção de tanques no país. Essa medida realmente contribuiu para que os nazistas perdessem a Segunda Guerra Mundial, segundo Pyne.
Iniciar a produção em massa de armamentos em 1939, ao invés de 1943
Hitler adiou o início da produção em massa de armamentos da Alemanha até 1943 porque acreditava que uma série de vitórias rápidas contra os Aliados encerraria a guerra em dezembro de 1941. Se ele tivesse começado quatro anos antes, suas fábricas poderiam produzir mil tanques médios Panzer III e Panzer IV por mês. Nesse caso, em maio de 1941, ele teria dez mil tanques leves e médios de alta velocidade, o que deixaria o exército alemão com três vezes mais tanques do que usou durante toda a guerra.
Os tanques mais poderosos poderiam ter feito a diferença e ajudado as forças alemãs a capturar Moscou em 1941. "Isso provavelmente levaria Stalin a oferecer à Alemanha termos de paz ainda mais generosos do que na história real", escreveu Pyne.
Aceitar uma das ofertas de Stalin de armistício
Depois que a Alemanha invadiu a União Soviética, os nazistas rapidamente descobriram que os soviéticos tinham milhares de tanques e algumas centenas de divisões a mais do que eles haviam imaginado. O próprio Hitler teria observado que, se soubesse quantos tanques os soviéticos tinham, nunca teria invadido a URSS.
De acordo com Pyne, após o início da invasão, Hitler deveria ter percebido que a melhor esperança para a Alemanha era ter negociado um acordo de paz com Stalin. Entre 1941 e 1944, o líder soviético propôs diversos acordos aos alemães. "A razão pela qual Hitler não aproveitou a oportunidade para terminar a guerra com a União Soviética em termos favoráveis à Alemanha é que ele se iludiu acreditando que o Exército alemão poderia conquistar territórios soviéticos com muito sucesso (...) em vez de se concentrar em objetivos mais realistas e alcançáveis", afirmou Pyne.
Derrubar Adolf Hitler logo antes ou após violação do Acordo de Munique
Segundo Pyne, a Alemanha poderia ter tido a chance de vencer ou evitar a guerra caso tivesse se livrado de Hitler logo antes ou após violação do Acordo de Munique. Militares que se opunham ao líder nazista conspiraram para depô-lo e depois colocar de volta o kaiser Wilhelm II no trono do país. No entanto, a implementação do plano dependia de a Grã-Bretanha emitir uma declaração garantindo a segurança da Tchecoslováquia no caso de uma agressão militar alemã.
Se o primeiro-ministro britânico tivesse ameaçado declarar guerra à Alemanha em caso de invasão à Tchecoslováquia, ele poderia ter ajudado os alemães a derrubarem Hitler, poupando o mundo da devastação da Segunda Guerra Mundial. Os conspiradores alemães enviaram um agente para informar Chamberlain sobre o plano. Eles queriam que ele emitisse uma declaração para justificar a derrubada de Hitler, mas a proposta foi rejeitada. "Não é necessário dizer que um governo alemão pós-nazista nunca teria expulsado à força os judeus, muito menos os assassinado em massa no Holocausto como fez Hitler", teorizou Pyne.
Fonte: The National Interest
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