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Gás usado como arma nas Guerras Mundiais acabou servindo para salvar vidas

Por History Channel Brasil em 02 de Abril de 2019 às 12:49 HS
Gás usado como arma nas Guerras Mundiais acabou servindo para salvar vidas-0

Durante a Primeira Guerra Mundial, o gás mostarda foi uma das armas mais letais no campo de batalha. Mesmo sendo denominado gás, trata-se, na verdade, de um líquido, também chamado de mostarda sulfurada, que era lançado dentro de projéteis contra o inimigo. Ironicamente, anos depois ele seria a base para os tratamentos de quimioterapia, salvando inúmeras vidas.

Quando usada nos campos de batalha, a substância oleaginosa provocava bolhas, ulcerações e grandes queimaduras. Ao ser inalado, o gás mostarda irritava a mucosa da traqueia e afetava especialmente os brônquios, pulmões e olhos. 

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O terror que essa arma química gerou entre os soldados da Primeira Guerra fez que a Convenção de Genebra de 1925 proibisse seu uso em qualquer confronto bélico. No entanto, durante a Segunda Guerra, o gás mostarda fez parte de todos os arsenais.

Em 2 de dezembro de 1943, enquanto o navio SS John Harvey, dos EUA, permanecia atracado no porto italiano de Bari, a Alemanha lançou um ataque aéreo. O barco, que afundou junto a outros 16 navios, continha uma carga secreta de 100 toneladas de gás mostarda. A nuvem tóxica que emanou do navio o cobriu inteiro, matando mais de mil pessoas. Quando o médico norte-americano Stewart F. Alexander obteve o resultado das autópsias, constatou que o gás mostarda havia atacado especialmente as células brancas do sangue.

No boletim médico elaborado por Alexander, ele destacou que, se o gás afetava essas células, chamadas leucócitos, poderia então ser útil no tratamento da leucemia. Sua recomendação somou-se a estudos anteriores, que destacavam as propriedades do gás no tratamento de diferentes tipos de linfoma. Ainda que na época ninguém suspeitasse, acabava de nascer a era da quimioterapia antineoplásica. Em 1946, foram publicados os resultados preliminares que, posteriormente, dariam lugar aos primeiros agentes quimioterápicos.


Fonte: BBC 

Imagem: John Warwick Brooke, Governo do Reino Unido, via Wikimedia Commons