Antepassados dos humanos se esquartejavam e se devoravam entre si, diz estudo
Um novo estudo aponta que os ancestrais humanos lutavam entre si até se esquartejarem e possivelmente se devorarem. Pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar uma tíbia pertencente a um parente do Homo sapiens encontrada no norte do Quênia. Assinado por cientistas da Universidade Estadual do Colorado e do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian, o estudo foi publicado na revista Scientific Reports.
Antropofagismo
O fóssil da tíbia tem 1,45 milhão de anos. O osso, que foi redescoberto pela paleoantropóloga Briana Pobiner no Museu Nacional de Nairobi, apresentou marcas que, quando analisadas, correspondiam ao tipo de marcas deixadas por ferramentas de pedra ao remover a carne do osso. De acordo com Michael Pante, coautor do estudo, enquanto por si só as marcas de corte não provam que o parente humano que as infligiu também comeu a perna, essa é a resposta mais provável.
Humans’ evolutionary relatives butchered one another 1.45 million years ago
— Popular Archaeology (@populararch) June 26, 2023
Cut marks on a fossil leg bone belonging to a relative of modern humans were made by stone tools and could be evidence of cannibalism.https://t.co/JPf3dYlOgv pic.twitter.com/EXgA8Bgwbk
Segundo Pante, as marcas estão em um local onde múltiplos músculos se fixam e são consistentes com marcas de descarnamento observadas em fósseis de animais da mesma região e período de tempo. Um ataque de arma provavelmente seria um impacto único e muito mais profundo, e não há nenhuma evidência atual para esse tipo de armamento desde o início do registro arqueológico.
“As informações que temos nos dizem que os hominídeos provavelmente comiam outros hominídeos há pelo menos 1,45 milhão de anos”, disse Pobiner. “Existem inúmeros outros exemplos de espécies da árvore evolutiva humana consumindo umas às outras para nutrição, mas este fóssil sugere que os parentes de nossa espécie estavam comendo uns aos outros para sobreviver mais cedo do que sabíamos”, completou.
Embora isso possa parecer um caso de canibalismo, Pante observou que havia várias espécies de hominídeos naquela época. Isso significa que, mesmo que seja um caso de consumo, talvez ele não possa ser classificado como canibalismo (o que exige que o “devorador” e o “devorado” sejam ambos da mesma espécie), mas de antropofagismo.