Após três anos de escavações, numa pedreira em Piltdown, em Sussex, Inglaterra, o arqueólogo amador Charles Dawson anunciou a descoberta de dois crânios que pareciam pertencer a um hominídeo primitivo ancestral do homem. Também foram achados um dente canino, uma ferramenta esculpida de uma presa de elefante e fósseis de dentes de vários animais pré-históricos. Apesar de algumas críticas, boa parte da comunidade científica aceitou o chamado Homem de Piltdown como o elo evolutivo perdido entre o macaco e o homem. Na época, seus restos mortais foram datados com mais de um milhão de anos de idade. Na década seguinte, os cientistas anunciaram a descoberta de Eoanthropus dawsoni, como confirmação da teoria da evolução humana de Darwin.
Porém, com o passar dos anos, a autenticidade do homem de Piltdown começou a ser questionada com a realização de outros achados arqueológicos. Em 1953, em um congresso internacional de paleontólogos, o Homem de Piltdown foi abertamente declarado uma fraude. Um estudo intensivo dos restos mortais mostrou que eles eram na verdade um crânio humano moderno - de 600 anos de idade - com mandíbula e dentes de um orangotango e um dente de um chimpanzé. Exames microscópicos indicaram que os dentes haviam passado por um processo de manipulação para que ficassem parecidos com os de humanos. Os cientistas também descobriram que os ossos tinham sido tratados com produtos químicos para parecerem mais antigos. A pessoa que planejou a fraude nunca foi identificada. Porém, em 1996, alguns indícios foram descobertos e indicariam que o homem por trás disso tudo poderia ser um antigo voluntário do museu de história natural (onde estava o Homem de Pitdown) que mais tarde foi curador de zoologia na instituição. Ele teria armado a fraude por desavenças internas com um outro funcionário que teria negado um aumento a ele.
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