No ano 45 a.C, o Dia de Ano Novo foi comemorado em 1o. de janeiro pela primeira vez na história como a entrada em vigor do calendário juliano. Logo depois de se tornar ditador romano, Júlio César decidiu que o calendário tradicional romano estava precisando urgentemente de uma reforma. Introduzido em torno do século VII a.C, o calendário romano tentou seguir o ciclo lunar, mas, com frequência, ficava fora de sincronia com as estações do ano e tinha que ser corrigido. Além disso, os pontífices, encarregados de supervisionar o calendário, muitas vezes abusavam da sua autoridade, acrescentando dias para prolongar termos políticos ou interferir em eleições.
Na concepção de seu novo calendário, César contou com a ajuda de Sosígenes, astrônomo de Alexandria, que o aconselhou a deixar o ciclo lunar e seguir o ano solar, assim como os egípcios. Desta forma, o ano foi calculado com 365 e 1/4 dias, e César adicionou 67 dias ao ano 46 a.C, fazendo 45 a.C começar em 1 de janeiro, em vez de março. Ele também decretou que a cada quatro anos deveria ser adicionado um dia a fevereiro, mantendo, assim, teoricamente, o calendário no ritmo adequado. Pouco antes de seu assassinato em 44 a.C, ele mudou o nome do mês Quintilis para Julius (julho) em uma homenagem a si próprio. Mais tarde, o mês de Sextilis foi renomeado Augustus (agosto) após o seu sucessor.
Celebração do Dia de Ano Novo em janeiro deixou de acontecer durante a Idade Média, e mesmo aqueles que seguiam o calendário juliano não observaram o Ano Novo exatamente em 1 de janeiro. A razão deste último é que César e Sosígenes não conseguiram calcular o valor correto para o ano solar. Assim, um erro de 11 minutos por ano acrescentou sete dias no ano mil e 10 dias até meados do século 15.
Ciente do problema, na década de 1570, o Papa Gregório XIII encomendou ao astrônomo jesuíta Christopher Clavius um novo calendário. Em 1582, o calendário gregoriano foi implementado, omitindo 10 dias desde ano. Além disso, os anos seculares só são considerados bissextos se forem divisíveis por 400. Desta forma, a diferença (atraso) de três dias em cada 400 anos observada no calendário juliano desaparece. Desde então, pessoas de todo o mundo se reuniram em massa em 1 de janeiro para celebrar a chegada exata do Ano Novo.
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