Em 13 de março de 2019 aconteceu o massacre de Suzano, na região metropolitana de São Paulo. Naquele dia, dois ex-alunos invadiram a Escola Estadual Professor Raul Brasil e mataram cinco estudantes e duas funcionárias da instituição. Antes da ação, a dupla também havia matado um homem, tio de um deles, em um comércio. Após o atentado, um dos autores matou o comparsa e se suicidou em seguida.
O crime aconteceu por volta das 9h40. Os assassinos, um adolescente de 17 anos e um jovem de 25 anos, entraram encapuzados na escola. Usando coturnos e balaclavas, eles efetuaram diversos disparos de arma de fogo durante o horário do intervalo, atingindo dezenas de pessoas. A primeira a receber os disparos foi a professora Marilena Ferreira Vieira Umezo, coordenadora pedagógica, que não resistiu aos ferimentos. A outra funcionária morta, Eliana Regina de Oliveira Xavier, era inspetora da instituição.
Logo após atingir as funcionárias, um dos autores do crime se dirigiu ao pátio, enquanto o outro começou a desferir golpes com uma machadinha nas vítimas já caídas. Desesperados, os alunos fugiram, enquanto ele tentava acertar com a machadinha todos que passavam correndo. Cinco alunos do ensino médio foram mortos, sendo que quatro morreram ainda na instituição e um no hospital. O ataque durou cerca de 20 minutos.
Os alunos que morreram foram Caio Oliveira, de 15 anos, Claiton Antônio Ribeiro, de 17 anos, Douglas Murilo Celestino, de 16 anos, Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos e Samuel Melquíades Silva de Oliveira, de 16 anos. O ataque também deixou onze estudantes feridos, que foram levados para hospitais próximos. Segundo a polícia, o atirador mais jovem matou o comparsa e logo em seguida cometeu suicídio.
A instituição foi isolada pela polícia, que encontrou um revólver calibre 38, quatro jet loaders (dispositivos plásticos para recarregamento rápido de arma), uma besta, um arco e flecha, garrafas que aparentavam ser coquetéis molotov, uma machadinha e uma mala com fios, que levou ao acionamento do esquadrão antibombas.
Minutos antes do ataque na escola, os assassinos haviam matado o comerciante Jorge Antônio de Moraes, tio do adolescente, dentro de uma revendedora de automóveis que pertencia à vítima. Acredita-se que os dois tinham a intenção de matar mais uma pessoa, vizinho de um deles, mas desistiram após não encontrá-lo. Seria uma espécie de pacto entre os dois criminosos, em que cada um mataria um desafeto antes do massacre na escola.
Os assassinos supostamente buscaram ajuda para planejar o atentado em um fórum na deep web no qual os participantes são anônimos. O site extremista é conhecido por sua apologia ao terrorismo e à violência, com conteúdos pautados em machismo e intolerâncias às minorias. No dia do crime, um dos assassinos postou fotos em suas redes sociais segurando um revólver e fazendo gestos obscenos. De acordo com Ruy Ferraz Fontes, delegado-geral da Polícia Civil, os criminosos agiram em busca de reconhecimento e de exposição na mídia.
Imagem: Governo do Estado de São Paulo, via Wikimedia Commons