Em um dia como este, em 1978, o fundador da seita Templo do Povo, Jim Jones, levou centenas de pessoas a cometer suicídio em uma comunidade agrícola remota na Guiana. Muitos de seus seguidores ingeriram veneno voluntariamente, enquanto outros foram forçados por meio de armas de fogo. O número final de mortos foi de 909, sendo um terço deles crianças.
Jim Jones era um carismático líder de igreja, que estabeleceu o Templo do Povo, uma seita cristã, em Indianápolis, na década de 1950. Ele pregava contra o racismo e sua congregação atraía muitos afro-americanos. Em 1965, ele e o grupo se mudaram para a Califórnia, fixando-se em Ukiah, e após 1971, em São Francisco. Na década de 70, sua igreja foi acusada pela mídia de fraude financeira, abuso psicológico de seus membros e maus-tratos a crianças. Em resposta às críticas crescentes, ele convidou sua congregação para se mudar para a Guiana, onde prometeu que construiria uma utopia socialista. Três anos antes, um pequeno grupo de seus seguidores havia viajado à pequena nação para iniciar o que se tornaria Jonestown, no meio da floresta.
Jonestown não se tornou o paraíso que seu líder prometeu. Os membros do Templo trabalhavam longos dias no campo e sofriam graves punições caso questionassem a autoridade de Jones. Seus passaportes foram confiscados, suas cartas para a família censuradas e seus membros encorajados a denunciar uns aos outros e forçados a participar de longas reuniões noturnas. Jones, na época com a saúde mental em declínio e viciado em drogas, estava convencido de que o governo dos EUA e outros queriam destruí-lo. Ele exigiu que membros do Templo participassem de simulações de suicídio no meio da noite.
Em 1978, um grupo de ex-membros do Templo e parentes de membros da época, preocupados, convenceram o congressista dos Estados Unidos Leo Ryan, um democrata da Califórnia, a viajar a Jonestown e investigar o local. Em 17 de novembro de 1978, Ryan chegou em Jonestown com um grupo de jornalistas e outros observadores. No começo a visita correu bem, mas no dia seguinte, quando a comitiva de Ryan estava quase indo embora, residentes de Jonestown se aproximaram do grupo, pedindo uma passagem para fora da Guiana. Jones ficou desesperado com a deserção de seus seguidores, e um de seus guardas atacou Ryan com uma faca. O congressista não se feriu, mas, em seguida, Jones ordenou que fosse feita uma emboscada contra Ryan e seu grupo, na qual ele e outras quatro pessoas foram mortos.
De volta a Jonestown, Jones ordenou que todos se reunissem no pavilhão principal e realizassem o que ele chamou de “ato revolucionário”. Os membros mais jovens do Templo do Povo foram os primeiros a morrer, sendo obrigados a ingerir uma mistura de cianeto, sedativos e suco de fruta. Os adultos então fizeram uma fila para ingerir o preparado enquanto guardas armados cercavam o pavilhão.
Quando a polícia da Guiana chegou a Jonestown no dia seguinte, encontrou centenas de corpos pelo chão. Muitos deles estavam abraçados. Durante o ato, alguns residentes conseguiram fugir pela floresta. Outros não estavam no local no momento, incluindo os filhos de Jones, e por isso também sobreviveram. Jones morreu de um ferimento de bala na cabeça; médicos legistas concluíram que ele se suicidou.