Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente do Brasil pela terceira vez em 30 de outubro de 2022. Ele venceu as eleições ao derrotar Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. No momento em que foi declarado vencedor, o petista estava com 50,83% de votos válidos, enquanto o atual presidente estava com 49,17% dos votos.
Trajetória de Lula
Lula nasceu em 27 de outubro de 1945, em Caetés (PE). Vindo de uma família humilde, em 1952 ele se mudou com a mãe e os irmãos para o estado de São Paulo. O primeiro emprego dele foi como entregador de uma lavanderia. Após concluir um curso de torneiro mecânico, conseguiu vaga numa grande indústria em São Bernardo do Campo.
Trabalhando como operário, Lula ingressou no movimento sindical, tornando-se um importante líder do setor. Em 1980, foi cofundador e tornou-se presidente do Partido dos Trabalhadores (PT). No ano seguinte, foi preso e teve o mandato sindical cassado por conta da organização de uma nova greve de metalúrgicos. Lula também participou da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Sua primeira tentativa nas urnas ocorreu em 1982, quando concorreu ao governo de São Paulo. Em 1986, foi eleito deputado federal com a maior votação do país. Concorreu à presidência da República pela primeira vez em 1989, quando foi derrotado por Fernando Collor de Mello no segundo turno.
Voltou a se candidatar em 1994 e 1998, porém perdeu para o tucano Fernando Henrique Cardoso em ambas as ocasiões. Em 1995, tornou-se presidente de honra do PT. Em 2002, na sua quarta candidatura à presidência, foi eleito com votação recorde de 50 milhões de votos, derrotando José Serra (PSDB) no segundo turno. Como presidente, Lula seguiu a política econômica de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (compromisso assumido durante a campanha em sua "Carta aos Brasileiros"), garantindo ao Brasil a manutenção da estabilidade econômica alcançada pelo governo do tucano
O governo Lula caracterizou-se pela baixa inflação, redução do desemprego e constantes recordes da balança comercial. Em seu governo também foram registrados avanços na área social. Um de seus carros-chefes foi o Bolsa Família, programa de redistribuição de renda voltado para a população mais carente.
Controvérsias também marcaram o governo Lula, sendo que a principal delas foi o escândalo do Mensalão. O deputado Roberto Jefferson (PTB) acusou o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu (PT), de ser o mentor de um esquema de pagamento de propinas para deputados da base aliada. Dirceu foi afastado do cargo. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal concluiu que o esquema tinha sido organizado para comprar apoio político no Congresso e condenou à prisão os principais envolvidos, incluindo dirigentes do PT e Dirceu.
Na eleição de 2006, Lula foi reeleito ao vencer Geraldo Alckmin (PSDB) no segundo turno. Quatro anos depois, ele encerrou seu governo com a maior aprovação da história: 83% dos entrevistados avaliaram sua gestão como ótima ou boa, contra 13% que a consideravam regular e 4%, ruim ou péssimo, conforme uma pesquisa do Datafolha. Foi sucedido no cargo pela chefe da Casa Civil no seu governo, Dilma Rousseff, que derrotou José Serra (PSDB) na eleição de 2010, sendo reeleita em 2014 ao derrotar Aécio Neves (PSDB).
O segundo mandato de Dilma foi marcado por crises para o PT. No âmbito da Operação Lava Jato, Lula passou a ser investigado por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e ocultação de patrimônio. Enquanto isso, Dilma foi afastada da presidência após um processo de impeachment. Ela foi acusada de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal (as chamadas "pedaladas fiscais").
Em 7 de abril de 2018, Lula foi preso após ter sido condenado pelo caso do tríplex do Guarujá. De acordo com a denúncia, as reformas feitas no imóvel pela construtora OAS, como a instalação de um elevador privativo, eram parte de pagamento de propina a Lula por supostamente ter favorecido a empreiteira em contratos com a Petrobras.
Lula ficou 580 dias preso pela condenação na Lava Jato, que depois foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal. A Corte entendeu que a 13ª Vara Federal de Curitiba era incompetente para julgar o caso e que o juiz Sergio Moro foi parcial ao condenar o ex-presidente. Os outros processos contra ele foram arquivados ou prescreveram. Assim, ele readquiriu seus direitos políticos e pôde se candidatar à presidência novamente.