Em 2013, este dia ficou marcado pelas maiores manifestações das chamadas Jornadas de Junho. Os protestos populares começaram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público, principalmente nas principais capitais brasileiras. Inicialmente restrito a pouco milhares de participantes, os atos ganharam grande apoio popular após a forte repressão policial contra os manifestantes no protesto do dia 13, em São Paulo.
Quatro dias depois, um grande número de pessoas se juntou às manifestações nas ruas em novos protestos por várias cidades brasileiras. Nessa altura, as reivindicações passaram a ser mais amplas. Além da redução das tarifas de ônibus, os manifestantes também protestavam contra os gastos públicos na Copa do Mundo, a má qualidade dos serviços públicos e a corrupção política em geral. A partir desta data, passaram a ocorrer atos de repúdio à presença de bandeiras de partidos políticos nas manifestações. Diferentes protagonistas como ativistas das redes sociais e black blocs surgiram neste cenário.
No Rio de Janeiro mais de 100 mil pessoas ocuparam importantes vias da capital fluminense, como a avenida Rio Branco, onde houve chuva de papel picado. Também houve confrontos entre os participantes e policiais. Em São Paulo, manifestantes se concentraram no Largo da Batata, ocuparam a Marginal Pinheiros, a ponte Octavio Frias de Oliveira e as avenidas Paulista, Faria Lima e Luís Carlos Berrini, e foram para o Palácio dos Bandeirantes, onde algumas pessoas tentaram invadir o edifício. Em Brasília, ativistas ocuparam a Esplanada dos Ministérios e centenas deles subiram a rampa e no teto do Congresso Nacional. Também aconteceram protestos em Minas Gerais, Paraná, Ceará e Rio Grande do Sul.
Foram os maiores protestos no país desde as manifestações pelas Diretas Já. A indignação da população surtiu algum efeito: várias cidades reduziram a tarifa de ônibus, o Congresso Nacional aprovou projeto que torna corrupção um crime hediondo e derrubou a chamada PEC 37, que previa redução dos poderes de investigação do Ministério Público.
Imagem: Valter Campanato/ABr - Agência Brasil