No dia 29 de março de 2010 morria, vítima de um câncer no cérebro, no Rio de Janeiro, Armando Nogueira, famoso jornalista e cronista esportivo. Nascido em Xapuri, no Acre, no dia 14 de janeiro de 1927, ele foi o responsável pela implantação do jornalismo da Rede Globo, onde criou programas como o Jornal Nacional e o Globo Repórter. Sua carreira começou em 1950, no Diário Carioca, onde trabalhou na editoria de esportes. Permaneceu 13 anos neste jornal, onde conviveu com ícones da imprensa na época, como Otto Lara Resende, Rubem Braga e Fernando Sabino. Ele também presenciou o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, em Copacabana, episódio que descreveu em reportagem em primeira pessoa, fato inédito na época. Após passar por várias publicações como as revistas Manchete e O Cruzeiro e Jornal do Brasil, Armando Nogueira entrou para a Rede Globo em 1966. Passou 25 anos na emissora e só saiu de lá após uma polêmica criada por conta de uma edição tendenciosa do debate do segundo turno das eleições entre os candidatos Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio Lula da Silva. Como diretor de jornalismo, ele criticou a postura da empresa. Depois disso, foi aposentado e desligou-se da emissora no ano seguinte. Diante disso, o jornalista passou a se dedicar integralmente à cobertura esportiva, a sua paixão. Armando Nogueira esteve em todas as copas do mundo de futebol a partir de 1954 e fez a cobertura dos Jogos Olímpicos desde 1980. Após sair da Globo, ele foi comentarista do programa Cartão Verde, da TV Cultura (1992 e 1993), e da TV Bandeirantes (1994 a 1999) e participou de programas no canal por assinatura SporTV, entre 1995 a 2007. Armando Nogueira também escreveu dez livros, todos sobre esportes. Ele ainda fazia comentários diários na Rádio Bandeirantes e CBN, além de ser torcedor fanático do Botafogo.
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