A atriz Ingrid Bergman morreu em 29 de agosto de 1982, em Londres, no dia de seu 67º aniversário, vítima de câncer de mama. Ela foi uma das artistas mais emblemáticas da era de ouro de Hollywood, conhecida por sua beleza natural, talento excepcional e uma carreira que abrangeu diversas décadas e continentes. Ao longo de sua trajetória, ela deixou sua marca definitiva na história do cinema e conquistou três estatuetas do Oscar.
Sucesso e controvérsia
Ingrid nasceu em Estocolmo, na Suécia, onde sua mãe faleceu quando ela tinha apenas dois anos. Seu pai, um fotógrafo e artista, morreu quando ela tinha 13 anos. Ingrid foi criada por parentes e, desde cedo, demonstrou interesse pelo teatro e cinema. Estudou na Real Academia Dramática de Arte da Suécia, e fez sua estreia no cinema em 1935, no filme "Munkbrogreven". Seu talento chamou a atenção, e logo ela se tornou uma das principais atrizes do cinema sueco.
O sucesso internacional de Ingrid começou em 1939, quando foi convidada para Hollywood para estrelar o filme "Intermezzo", uma refilmagem americana de um filme sueco em que ela havia atuado. Sua performance foi aclamada, e a atriz rapidamente se tornou uma das estrelas mais brilhantes de Hollywood.
Nos anos 1940, Ingrid Bergman estrelou uma série de filmes que se tornaram clássicos do cinema. Seu papel mais famoso talvez seja o de Ilsa Lund em "Casablanca" (1942), ao lado de Humphrey Bogart. Outros filmes marcantes dessa época incluem "À Meia-Luz" (1944), pelo qual ganhou seu primeiro Oscar de Melhor Atriz, "Quando Fala o Coração" (1945), e "Os Sinos de Santa Maria" (1945).
Nos anos 1950, a vida pessoal de Bergman atraiu controvérsias. Em 1950, ela teve um caso com o diretor italiano Roberto Rossellini, enquanto ainda era casada com seu primeiro marido, o médico Petter Lindström. O relacionamento resultou em uma filha, a atriz Isabella Rossellini, e na saída de Bergman de Hollywood para trabalhar na Europa. Nos anos seguintes, Ingrid atuou em filmes italianos, dirigidos por Rossellini, como "Stromboli" (1950) e "Viagem à Itália" (1954). Embora esses filmes sejam hoje aclamados, na época, a recepção foi mista, e Bergman enfrentou forte crítica pública nos Estados Unidos.
Apesar das polêmicas, Ingrid Bergman fez um retorno triunfal a Hollywood em 1956, quando ganhou seu segundo Oscar de Melhor Atriz pelo papel-título do filme "Anastácia - A Princesa Esquecida". A partir daí, ela conseguiu equilibrar sua carreira entre Hollywood e a Europa, continuando a trabalhar com diretores renomados e em produções de prestígio.
Em 1974, Bergman ganhou seu terceiro Oscar, desta vez como Melhor Atriz Coadjuvante, pelo filme "Assassinato no Expresso do Oriente". Ela continuou a atuar em filmes, teatro e televisão até o final de sua vida.
Bergman teve três casamentos ao longo de sua vida e foi mãe de quatro filhos. Além de Isabella Rossellini, ela teve mais um filho e uma filha com Roberto Rossellini e uma filha com seu primeiro marido, a jornalista Pia Lindström.