Morre Frederik de Klerk, ex-presidente da África do Sul que acabou com o apartheid

Frederik de Klerk, ex-presidente da África do Sul responsável pelo fim do apartheid, morreu em 11 de novembro de 2021, aos 85 anos. O político não resistiu a um câncer. Em 1993, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz junto com Nelson Mandela. 

Nascido em Mayfair, subúrbio de Joanesburgo, de Klerk foi exposto à política ainda cedo, pois sua família era ligada ao Partido Nacional da África do Sul. Após ser formar em Direito, em 1958, ele passou a atuar como advogado. No início da década de 1970, ele entrou oficialmente na política, sendo eleito para cargos públicos e assumindo ministérios governamentais.

Em 1989, ao assumir a presidência do país, ele surpreendeu a todas ao reconsiderar as políticas racistas da África do Sul. Em fevereiro do ano seguinte, ele declarou que o regime de segregação racial havia fracassado e que as proibições aos partidos políticos seriam retiradas. Ele também se comprometeu com a libertação de presos políticos, incluindo Nelson Mandela, que viveu atrás das grades por quase 30 anos.

A segregação racial no país teve início ainda no período colonial, mas o apartheid foi introduzido como política oficial após as eleições gerais de 1948. A nova legislação dividia os habitantes em grupos raciais ("negros", "brancos", "de cor" e "indianos"), segregando as áreas residenciais, muitas vezes por meio de remoções forçadas. 

A partir do fim da década de 1970, os negros foram privados de sua cidadania, tornando-se legalmente cidadãos de uma das dez pátrias tribais autônomas chamadas de bantustões. Nessa altura, o governo já havia segregado a saúde, a educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos.

Com as negociações propostas pelo presidente de Klerk no início dos anos 1990, o regime passou a ser desmantelado. Em 1994 foram realizadas eleições multirraciais e democráticas, vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela.

Em 1993, devido aos seus esforços para acabar com o apartheid, Mandela e de Klerk receberam o Prêmio Nobel da Paz. Em 1997, de Klerk decidiu abandonar a vida política.

Imagem: World Economic Forum/Domínio Público, via Wikimedia Commons