Neste dia, em 1973, a União Soviética anunciou que, por sua oposição à derrubada do governo do presidente chileno Salvador Allende, não jogaria uma partida das eliminatórias da Copa do Mundo contra o time chileno em 21 de novembro se o jogo fosse em Santiago. A Federação Internacional de Futebol (FIFA) tinha estipulado até o dia 11 para que os soviéticos decidissem jogar ou não. Com a recusa, a FIFA desclassificou a seleção da URSS. Foi a primeira vez na história das eliminatórias que um time boicotou um jogo por conta de desavenças políticas.
A equipe soviética havia jogado contra o time do Chile em setembro, em uma partida em Moscou, cujo resultado foi um empate de 0 a 0. O time se recusou a jogar a revanche, alegando que o estádio no qual o jogo seria realizado tinha sido palco de tortura e morte de apoiadores de Allende. Allende, que era marxista, foi morto durante o golpe. Os soviéticos propuseram realizar a partida em um país neutro, mas a Federação recusou. Assim, o time soviético, que havia chegado nas quartas de final na Copa do Mundo de 1970, foi eliminado. Apesar do receio de que outros países da Cortina de Ferro pudessem se unir ao boicote, times da Alemanha Oriental, Bulgária e Polônia participaram dos jogos de 1974, ocorridos na Alemanha Ocidental.
Essa não seria a última vez que a Guerra Fria impactaria em eventos esportivos internacionais. Após a invasão da União Soviética ao Afeganistão, em 1979, o presidente Jimmy Carter pediu ao time olímpico dos EUA para boicotar os jogos de 1980, que aconteceriam em Moscou. Seu pedido foi aceito.
Imagem: Max Montecino, via Wikimedia Commons