No dia 9 de setembro de 1923 morria, em Petrópolis (RJ), o marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, militar e político, presidente do Brasil entre 1910 e 1914. Nascido no dia 12 de maio de 1855, em São Gabriel (RS), ele era sobrinho do Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do Brasil, do General João Severiano da Fonseca, Patrono do Serviço de Saúde do Exército, e filho do marechal Hermes Ernesto da Fonseca e de Rita Rodrigues Barbosa. Apoiou a república proclamada por seu tio Manuel Deodoro da Fonseca e foi convidado por este para ser secretário militar após o golpe. Em dez meses passou de capitão a tenente-coronel. Em 1904, como comandante da Escola Preparatória do Realengo, reprimiu a Revolta da Vacina, um movimento popular no Rio de Janeiro contra a imposição do governo em aplicar a vacina contra a varíola. Em novembro de 1908, após regressar de uma viagem à Alemanha, foi indicado para a sucessão presidencial. Na eleição de 1 de março de 1910, Hermes e o vice Wenceslau Bras venceram Rui Barbosa e o vice Albuquerque Lins. Depois de eleito, viajou à Europa, onde assistiu à queda da monarquia em Portugal. Hermes da Fonseca enfrentou, logo na primeira semana de governo, em novembro de 1910, a Revolta da Chibata, que consistiu em um motim de marinheiros. Ele conseguiu abafar o movimento com uma promessa de anistia aos envolvidos, mas depois o governo traiu esse acordo. Como resultado, 1200 marinheiros foram expulsos e centenas foram presos e mortos. O fato abalou a imagem de Hemes da Fonseca. Logo em seguida, ele enfrentou a Guerra do Contestado, que não chegou a ser dominada até o fim de seu governo. Hermes da Fonseca é um dos dois únicos militares a chegar na Presidência de forma direta e eleitoral. O outro foi Eurico Gaspar Dutra. Durante todo o seu mandato andou fardado, inclusive durante as reuniões ministeriais. Durante sua gestão, também foi criada a Faixa Presidencial. Ao deixar a presidência, em novembro de 1914, candidatou-se ao senado pelo Rio Grande do Sul, mas recusou-se a assumir a cadeira, em virtude do assassinato de Pinheiro Machado, no dia em que deveria ser diplomado, em setembro de 1915. Viajou para a Europa, afastando-se da política, e só retornou ao Brasil após seis anos na Suíça. Assumiu a presidência do Clube Militar em 1921 e entrou em conflito com o governo de Epitácio Pessoa ao prestigiar as forças políticas que apoiaram candidatura de Nilo Peçanha e ao se envolver na frustrada revolta do forte de Copacabana, em 1922. Sua prisão foi decretada pelo presidente Epitácio Pessoa, mas ele foi liberado seis meses depois por um habeas corpus. Doente, mudou-se para Petrópolis (RJ), onde morreu em 9 de setembro de 1923.
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