O ator Umberto Magnani Netto morreu em 27 de abril de 2016, aos 75 anos de idade, no Rio de Janeiro. Com extensa trajetória no teatro, televisão e cinema, ele marcou a dramaturgia nacional como intérprete e produtor de espetáculos consagrados. O artista não resistiu a um acidente vascular encefálico (AVE).
Trajetória consagrada
Nascido em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), aos 13 anos Umberto começou a trabalhar como locutor de um programa infantil em uma rádio. Interessado pela atuação, em 1965 ele se matriculou na Escola de Arte Dramática (EAD), em São Paulo, onde se formou como ator. No início da carreira, ele interpretou nos palcos textos de autores consagrados, como Nelson Rodrigues, João Cabral de Melo Neto, Antônio Callado e William Shakespeare.
Em 1968, Umberto entrou para o Teatro de Arena substituindo Antônio Fagundes na peça Primeira Feira Paulista de Opinião, de Lauro César Muniz. Como produtor, sua primeira peça foi Palhaços, encenada em 1971. O ator estreou na TV em 1973, interpretando o personagem Zé Luis na primeira versão da novela Mulheres de Areia, na TV Tupi.
Paralelamente, Umberto atuou nas peças Frank V (1973), Concerto nº 1 para Piano e Orquestra (1976) e destacou-se como ator em 1977, em O Santo Inquérito, de Dias Gomes. Em 1981, ele ganhou seus primeiros prêmios de destaque: o Troféu Mambembe e Prêmio Molière de melhor ator pela atuação em Lua de Cetim, de Alcides Nogueira, com direção de Marcio Aurelio. No cinema, Umberto atuou em A Hora da Estrela (1985), Kuarup (1989), Cronicamente Inviável (2000), Cristina Quer Casar (2003), Quanto Vale Ou É Por Quilo? (2005), entre outros.
A partir da década de 1990, Umberto participou de consagradas novelas da TV Globo, como Felicidade (1991), História de Amor (1996), Por Amor (1997), Laços de Família (2000), Mulheres Apaixonadas (2003), Cabocla (2004), Alma Gêmea (2005) e Páginas da Vida (2006). Também atuou em atrações como a minissérie Presença de Anita (2001) e o seriado Sandy & Júnior (1999).
Umberto também teve intensa atividade como professor, além de atuar nas áreas administrativas e políticas ligadas ao setor artístico. Entre outras atividades, ele foi diretor da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP), entre os anos de 1972 e 1988; diretor regional em São Paulo da Fundação Nacional de Artes Cênicas (Fundacen), do Ministério da Cultura de 1977 a 1990; e secretário da Cultura e Turismo em Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, nos anos de 2001 e 2002.
Na Rede Record, Umberto atuou nas novelas Chamas da Vida (2008), Ribeirão do Tempo (2010), Máscaras (2012) e Balacobaco (2012). Em 2016, após 10 anos na Record, ele retornou à Globo para atuar na novela Velho Chico. No dia 25 de abril de 2016, ele foi afastado da novela após sofrer um AVE. O ator foi submetido a uma cirurgia mas não resistiu.