No dia 26 de novembro de 1695 morria, em Recife (PE), o escritor Gregório de Matos Guerra, conhecido como Boca do Inferno ou Boca de Brasa. Nascido no dia 23 de dezembro de 1636, em Salvador (BA), ele é considerado um dos grandes poetas barrocos do Brasil e também ficou conhecido pelas suas críticas corrosivas contra a Igreja Católica, políticos e a cidade de Salvador. Nascido em um família com boa situação financeira, Gregório de Matos mudou-se para Portugal em 1652 para estudar na Universidade de Coimbra, onde se formou cânone, em 1661. A partir daí, assume alguns funções jurídicas no governo português. Em 1682 foi nomeado por D. Pedro II tesoureiro mor da Sé. No ano seguinte, retornou ao Brasil. Sua vida começou a mudar em seguida, após seu desentendimento com o arcebispo na Bahia a quem Gregório de Matos deveria se reportar e foi destituído do cargo. A partir de então, ele começa a satirizar em seus poemas a Igreja, os costumes e a cidade de Salvador. Desenvolve uma poesia corrosiva, erótica/pornográfica e, por conta disso, foi colecionando inimizades. Gregório de Matos passou a receber ameaças e, em 1694, acusado por vários lados, foi deportado para Angola. Lá, ele ajudou o governo local a combater uma conspiração militar e recebeu a permissão de voltar ao Brasil. Contudo, decidiu morar em Recife, onde morreu no dia 26 de novembro de 1695 por conta de uma doença contraída em Angola.
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