No dia 21 de agosto de 1925, menos de um mês após fundar o jornal O Globo, o jornalista Irineu Marinho foi vítima de um infarto fulminante no banheiro de sua casa no Rio de Janeiro. Com sua morte aos 49 anos, a incipiente publicação foi assumida por seu filho Roberto, que mesmo relutante em assumir as rédeas do veículo, deu início à formação de um conglomerado midiático que se tornaria líder do mercado da comunicação no Brasil.
Nascido em Niterói (RJ), em 19 de julho de 1876, Irineu Marinho era filho de um contador e empreiteiro de obras. Aluno aplicado nos estudos, desde cedo mostrou interesse pelo jornalismo e fundou os jornais A Pena e o Ensaio, na época em que frequentava o Liceu Popular de Niterói.
Em meados dos anos 1890, após o fim da Revolta da Armada, ele se mudou para a cidade do Rio de Janeiro. Lá, trabalhou no Diário de Notícias, onde começou como revisor, depois atuou como repórter e foi diretor.
Ainda trabalhou nos jornais A Tribuna e A Notícia. Irineu era um grande crítico de trustes internacionais como a Lumber Corporation e a Brasil Railway Co (do empresário norte-americano Percival Farquhar). Em 1911, participou da fundação do jornal A Noite como um dos acionistas. Em 1922, ficou presou por quatro meses por apoiar a revolta tenentista.
Após ser destituído pelos outros sócios como acionista de A Noite, Irineu fundou o Globo em 1925, mas morreu logo em seguida, sem ter tempo de sequer imaginar o que o futuro reservava ao seu novo jornal.
Imagem: Memória Roberto Marinho/Reprodução