O músico Sergio Mendes morreu em 6 de setembro de 2024, aos 83 anos, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A causa não foi revelada pela família, mas ele enfrentava problemas respiratórios nos últimos anos. Ao longo de mais de 60 anos de carreira, ele foi um dos artistas brasileiros mais influentes e reconhecidos internacionalmente, conhecido por sua fusão única de música brasileira com elementos do jazz, pop e música latina.
Sucesso internacional
Sergio nasceu em Niterói (RJ) em 11 de fevereiro de 1941 e começou a estudar piano ainda jovem, frequentando o conservatório local com a esperança de se tornar um pianista clássico. Mais tarde, ele se interessou pelo jazz americano, influenciado por músicos como Dizzy Gillespie e Charlie Parker. Durante os anos 1950, ele tocava em pequenos grupos de bossa nova, estilo musical que estava ganhando força naquele momento, graças a nomes como João Gilberto, Tom Jobim.
Ao lado do Sexteto Bossa Rio, Mendes gravou seu primeiro álbum, "Dance Moderno", em 1961, e rapidamente começou a chamar atenção no cenário musical brasileiro. No ano seguinte, ele se apresentou no célebre show de bossa nova no Carnegie Hall, em Nova York, ao lado de Tom Jobim, João Gilberto, Roberto Menescal, Carlinhos Lyra e Luiz Bonfá, entre outros. O evento entrou para história por ter apresentado o inovador estilo musical do Brasil aos americanos.
Pouco depois, Mendes decidiu se mudar para os Estados Unidos, onde acreditava que poderia expandir seus horizontes musicais. Ele formou o grupo Sergio Mendes & Brasil '66, uma banda que combinava a sofisticação da bossa nova com as melodias acessíveis do pop americano. O grupo rapidamente ganhou destaque com a regravação da canção "Mas Que Nada", originalmente de Jorge Ben Jor, que se tornou um sucesso global e é uma das músicas mais conhecidas de Mendes até hoje.
O som original do Brasil '66, marcado por harmonias vocais suaves e o uso expressivo dos ritmos brasileiros, conquistou o público internacional. Além de "Mas que Nada", a banda lançou outros sucessos como "The Look of Love" e "Fool on the Hill", uma versão da canção dos Beatles. Com esse sucesso, Sergio Mendes tornou-se um embaixador da música brasileira no exterior.
Ao longo de sua carreira, Mendes nunca parou de explorar novos sons e colaborações. Ele trabalhou com uma variedade de artistas renomados, incluindo Stevie Wonder, Herb Alpert e até mesmo a banda Black Eyed Peas. A colaboração com esse grupo, em 2006, em uma regravação de "Mas que Nada", trouxe Mendes de volta às paradas de sucesso, renovando seu apelo junto às novas gerações.
Mendes também foi indicado a vários prêmios Grammy e venceu em 1993 na categoria de Melhor Álbum de World Music com o disco "Brasileiro". Sua habilidade de transitar por diversos gêneros musicais, sempre mantendo sua essência brasileira, foi um dos fatores que garantiram sua longevidade na indústria musical. Ele também foi indicado ao Oscar em 2012 pela música "Real in Rio", que fazia parte da trilha sonora do filme de animação "Rio" e foi composta em parceria com Carlinhos Brown.
Na vida pessoal, ele foi casado com a cantora Gracinha Leporace durante 50 anos.