No dia 9 de março de 1854 nascia, em Castellabate, na Itália, Francesco Antonio Maria Matarazzo também chamado de Conde Matarazzo. Ele foi o criador do maior complexo industrial da América Latina do início do século XX. Quando morreu, em 1937, ele era o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna de US$ 10 bilhões. A riqueza produzida por suas indústrias ultrapassava o PIB de qualquer estado brasileiro, com exceção de São Paulo.
Filho de agricultores italianos, Francesco Matarazzo emigrou para o Império do Brasil (1822-1889) quanto tinha 27 anos, em 1881. Quando desembarcou na Baía de Guanabara, perdeu a carga de banha de porco que trazia. Com o dinheiro que restou, foi para Sorocaba (SP), onde se estabeleceu e abriu uma casa comercial que vendia porcos e banha. Em 1890, transferiu-se para São Paulo, trazendo da Itália mulher, filhos e irmãos.
De início, montou um moinho de trigo, depois tecelagens, indústria metalúrgica, moinhos para a fabricação do sal, refinarias de açúcar, fábricas de óleo e gordura, frigoríficos, fábrica de velas, sabonete e sabão. A variedade nos negócios não parou de crescer e ele também possuía centros fabris, usina de sulfureto de carbono e de ácidos, fábrica de fósforos e pregos, de louças e azulejos, usina de cal, destilaria de álcool, fábrica de papel e a primeira destilaria de petróleo de Cubatão.
As Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (IRFM) chegaram a contar com mais de 200 fábricas. O empresário também tinha um banco, uma frota de navios, um terminal no porto de Santos e duas locomotivas para transportar seus produtos. Além disso, havia as propriedades, entre elas uma mansão na avenida Paulista. Seu império contou com o benefício da política de proteção alfandegária, que reduzia o custo de importação de algumas matérias-primas e aplicava taxas mais altas aos produtos estrangeiros competitivos. Recebeu do rei Vitorio Emmanuele, da Itália, o título de conde por ter enviado dinheiro e mantimentos ao país durante a Primeira Guerra Mundial.
Após sua morte, em 10 de fevereiro de 1937, em São Paulo, os negócios da família foram assumidos por Francisco Matarazzo Júnior, o penúltimo dos 13 filhos, que ficou à frente dos negócios por quatro décadas. O sucessor natural seria Ermelino, o primogênito, contudo, ele morreu em um acidente de carro na Itália, em 1920.
Imagem: [Domínio público/Copyright expired], via Wikimedia Commons