Nasce Hebe Camargo, a “rainha da televisão brasileira”

Hebe Camargo, uma das personalidades mais emblemáticas e queridas da televisão brasileira, nasceu em 8 de março de 1929, em Taubaté, São Paulo. Ela se destacou como uma das mulheres pioneiras na TV nacional, marcando presença nas telinhas desde 1950. Ao longo de sua carreira, Hebe se consolidou como apresentadora, ficando conhecida por sua personalidade vibrante, carisma e talento multifacetado.

Da música para a TV

Hebe teve uma infância humilde sendo a mais jovem de sete irmãos. Seu pai, mais conhecido como Fêgo Camargo, era violinista e cantor. Ela estudou até a quarta série do primário e acompanhava seu pai em suas apresentações em festas, casamentos e recitais. Sua família mudou-se para a capital, São Paulo, em 1943, quando Hebe tinha catorze anos de idade. Fêgo já na capital passou a integrar a Orquestra da Rádio Difusora, onde ele regeu a orquestra da emissora de rádio. 

Hebe iniciou sua carreira artística como cantora, nos anos 1940, e logo se firmou como uma das vozes mais reconhecidas do rádio brasileiro. Sua habilidade vocal e carisma a levaram a se destacar em um cenário musical bastante competitivo na época. No entanto, foi na televisão que Hebe consolidou sua fama e seu legado.

Em 1950, Hebe Camargo fez sua estreia na televisão brasileira. Contratada pela Tupi no final daquele ano, ela passou a participar do TV na Taba, apresentando números musicais semanalmente.  Em 1955, Hebe fez história ao apresentar o primeiro programa feminino da TV brasileira, O Mundo é das Mulheres. Ela foi revolucionária em muitos aspectos, introduzindo um estilo informal e descontraído que rapidamente conquistou o público.

Em 1959, Hebe decidiu deixar a Tupi e mudar-se para o Rio de Janeiro, onde assinou com a TV Continental e apresentou por três anos o programa Hebe Comanda o Espetáculo. Quatro anos depois, ela deixou a televisão e voltou para São Paulo para focar em sua carreira musical e em sua família.

Em 1966, retomou a carreira na televisão e assinou com a Record, estreando seu programa dominical Hebe. Em 1973, ela decidiu deixar a Record e levar seu programa para a Rede Tupi, porém devido as interferências da direção nas pautas encerrou seu vínculo com o canal em 1975. Hebe passou os quatro anos seguintes longe da carreira, dedicando-se apenas à infância do filho.

Em 1979, os proprietários da TV Bandeirantes convenceram Hebe a retomar seu programa de entrevistas, reestreando inicialmente aos domingos e, a partir de 1980, nas noites de segunda-feira. Em 1986, Hebe foi para o SBT, onde apresentou três programas: Hebe (exibido até 2010), Hebe por Elas e Fora do Ar, além de participar do Teleton e em especiais humorísticos. Após 24 anos, ela deixou a emissora e foi para a Rede TV em 2011.

Em seus programas, Hebe recebia personalidades da música, do cinema, da televisão e da política, sempre com sua marca registrada de simpatia e bom humor. Ela ficou marcada por bordões como “uma gracinha” e “lindo de viver”, além da farta distribuição de “selinhos” nos convidados que sentavam em seu sofá.

Hebe morreu no dia 29 de setembro de 2012, logo após anunciar sua volta ao SBT. Ele sofreu uma parada cardíaca, aos 83 anos, enquanto dormia, em São Paulo. Em 2010, ela havia lutado contra um câncer raro, um tumor primário de peritônio. 

Sergio Savarese (CC BY-SA 2.0 DEED), via Wikimedia Commons - https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/deed.en