No dia 12 de fevereiro de 1938 nascia, na cidade de Duas Barras, no Rio de Janeiro, o cantor, compositor e também escritor Martinho José Ferreira, mais conhecido como Martinho da Vila. Antes de se consagrar como um dos principais cantores da música popular brasileira, Martinho da Vila trabalhou como auxiliar de químico industrial e também foi contador. Ele abandonou as duas profissões em 1970, quando decidiu virar cantor profissional. Seu surgimento para o grande público aconteceu na terceira edição do Festival da Record, em 1967. No ano seguinte, lançou o clássico samba Casa de Bamba. Seu primeiro LP, Martinho da Vila, foi grande sucesso de vendas, com músicas que se tornaram clássicos como Quem é Do Mar Não Enjoa, Iaiá do Cais Dourado e Tom Maior. Rapidamente, tornou-se um dos mais respeitados artistas brasileiros e foi o segundo a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD com Tá delícia, Tá gostoso, de 1995 (o primeiro foi Agapê, em 1984, com o disco Mistura Brasileira). Dedicado ao samba, sua história se confunde com a da escola Unidos de Vila Isabel, tanto que, por causa disso, o cantor ganhou o nome de da Vila. Os sambas-enredos mais consagrados da escola são de sua autoria. Também criou vários enredos para desfiles, dentre os quais Kizomba, a Festa da Raça, que está entre os mais memoráveis da história dos carnavais, e garantiu para a Vila, em 1988, o título de Campeã do Centenário da Abolição da Escravatura. Martinho também colaborou em outros temas, entre os quais o Soy Loco Por Ti América, em parceria com os carnavalescos Alexandre Louzada e Alex Varela, que deu à Vila mais um título do carnaval, em 2006. Apesar de não ter uma formação acadêmica, possui forte ligação com a música erudita e idealizou, em parceria como Maestro Leonardo Bruno o Concerto Negro, espetáculo sinfônico que enfoca a participação da cultura negra na música erudita.