Em 25 de março de 1811, Percy Bysshe Shelley, aos 18 anos, foi expulso da Universidade de Oxford, na Inglaterra, por ter sido o autor de um texto considerado blasfematório. Intitulado "A Necessidade do Ateísmo", o panfleto foi publicado de forma anônima e causou escândalo na época. Mais tarde, Shelley se tornaria um dos poetas mais consagrados da língua inglesa.
Shelley frequentou a universidade por menos de um ano. Reza a lenda que nesse período ele assistiu a apenas uma aula, pois preferia passar o tempo lendo na biblioteca. Em seu curto tempo como universitário, ele só fez amizade com um colega, Thomas Jefferson Hogg.
As discussões filosóficas entre Shelley e Hogg estão na origem de "A Necessidade do Ateísmo". O panfleto de 13 páginas abordava a falta de evidência da existência divina e sugeria que Deus era apenas uma projeção das ideias humanas. Acredita-se que Shelley e Hogg tenham escrito o texto juntos.
O panfleto anônimo foi distribuído entre professores e diretores de Oxford, bem como para bispos. Apesar de não estar assinado, todos logo deduziram que o autor do escrito era Shelley. Como o ateísmo era um tabu na época, o texto não foi bem recebido.
Shelley e Hoggs foram então chamados pelos diretores de Oxford e foram questionados sobre a autoria do texto. Como nenhum deles negou ou admitiu haver escrito o panfleto, os dois acabaram expulsos da universidade.
Imagem: National Portrait Gallery, via Wikimedia Commons